Perdida - Capítulo 9: Acordando para a Verdade [Part. 1]

Hana despertou lentamente, os olhos se abrindo com esforço. O som suave do monitor de batimento cardíaco preenchia o ambiente, e o cheiro característico de hospital invadia suas narinas, misturando-se com o leve aroma de antisséptico. Ela piscou, confusa, tentando entender onde estava. A dor era insuportável, mas, por algum motivo, ela sentia uma estranha calma por trás dela. A sensação de que estava em um lugar seguro.

Seu corpo estava pesado, os músculos rígidos e a cabeça parecia estar em um nevoeiro, mas foi quando seus olhos se focaram que ela sentiu a presença familiar ao seu lado. Seo-jun. Ele estava sentado na cadeira ao lado da cama, com a cabeça baixa e os ombros tensos. Ela o reconheceu instantaneamente, não só pelo rosto, mas pela sensação inconfundível de que ele sempre esteve lá, mesmo que ela não o soubesse.

Seo-jun ergueu os olhos quando percebeu que Hana havia acordado. Os dele estavam marejados, como se estivesse à beira da dor e da raiva, mas ele tentava manter a calma. Hana sentiu algo em seu olhar que a fez prender a respiração. Era como se ele estivesse lidando com uma ferida profunda, uma ferida que ela sabia que também estava dentro de si mesma.

— Hana... — ele sussurrou com voz suave, como se temesse que suas palavras a machucassem mais do que a dor física que ela já sentia. — Você está segura agora.

Seo-jun tocou sua mão, o gesto carinhoso e delicado. Hana percebeu que ele estava tentando aliviar a tensão em seu corpo, tentando transmitir segurança onde ela não encontrava. Mas ela não conseguia esconder o receio. O que estava acontecendo? Ela mal conseguia se lembrar de tudo que havia acontecido antes de desmaiar. A raiva que ela sentia ainda estava lá, enraizada, mas algo mais se misturava àquela sensação: medo.

Seo-jun não perdeu tempo e começou a explicar a situação. As palavras dele eram pesadas, como se ele estivesse tirando um peso das suas costas, mas também lançando uma carga imensa sobre ela.

— Min-ho está sob detenção, esperando o seu depoimento. — Ele disse com uma calma que estava longe de ser natural. — A polícia tem evidências suficientes para prendê-lo, mas sua confirmação é necessária para que as acusações sejam definitivas. Ele... ele tentou dizer que você caiu da escada, mas os médicos encontraram sinais claros de que não foi isso.

Hana sentiu o coração apertar no peito. Ela não sabia se sentia alívio por finalmente saber que a verdade estava sendo revelada ou se o medo de Min-ho, de tudo o que ele era capaz de fazer, tomava conta dela mais uma vez. Ela olhou para Seo-jun, tentando buscar algum sinal de esperança, mas seus olhos estavam cheios de um pesar silencioso, como se ele estivesse carregando uma culpa que não lhe pertencia.

Seo-jun deu uma pausa antes de continuar, como se estivesse tentando decidir como dizer o que mais estava em jogo.

— Eu posso ajudar você, Hana. Eu posso te proteger. — Ele fez uma pausa, e os olhos dele estavam carregados de sinceridade. — Eu... Podemos fugir, se você quiser. Longe de Min-ho, longe de tudo isso. Podemos começar de novo.

Hana sentiu uma pressão no peito, uma sensação de dúvida e indecisão. Ela sabia que Seo-jun estava oferecendo uma solução, uma saída. Mas sua mente estava confusa. Ela não queria ser mais uma pessoa que fugia da verdade. Ela queria justiça. Mas ao mesmo tempo, queria ser livre da dor que Min-ho causava. Ela queria sair daquele ciclo.

Antes que pudesse responder, a porta do quarto se abriu abruptamente. O advogado de Min-ho entrou, com uma postura arrogante e fria. Ele se aproximou rapidamente da cama de Hana, com um olhar impessoal.

— Senhora Hana, eu sou o advogado de Min-ho. — Ele disse com um tom de voz direto, quase impessoal, como se estivesse tratando de um assunto trivial. — Ele me pediu para garantir que você... colaborasse com a polícia. Ele acredita que, se você confirmar a versão dele, isso será resolvido rapidamente.

O advogado parecia confiável, mas sua voz era fria, sem empatia, como se estivesse apenas cumprindo uma obrigação. Hana sentiu uma onda de repulsa, mas manteve a calma. Ela olhou para Seo-jun, que não se moveu, mas seus olhos estavam afiados, como se ele estivesse esperando para ver o que ela faria.

Hana olhou diretamente para o advogado, e algo dentro dela se rompeu. Sua voz, fraca e trêmula no começo, foi se tornando mais firme à medida que ela se fortalecia.

— Não me venha com ameaças. — Ela disse, as palavras carregadas de uma força que ela nem sabia que possuía. — Min-ho sabe muito bem o que fez, e eu vou me assegurar de que a verdade seja dita. Diga a ele que eu estou pedindo o divórcio. Eu tenho provas do que ele fez.

O advogado parecia surpreso, sua expressão vacilando por um segundo, antes que ele se recomposse e saísse sem dizer mais nada.

Seo-jun observou Hana, o orgulho e a admiração se refletindo em seus olhos. Ela estava tomando o controle da situação. Ele sabia que não seria fácil, mas ela já havia dado o primeiro passo para a liberdade.

A tensão ainda pairava no ar, mas Seo-jun se inclinou para perto dela, segurando sua mão com firmeza. Ele sussurrou com uma expressão suave, mas determinada.

— Você fez o que precisava fazer. Eu vou estar ao seu lado, sempre. Não importa o que aconteça, Hana. Isso não vai ficar impune.

E, pela primeira vez em muito tempo, Hana sentiu que a tempestade dentro dela estava começando a acalmar. Ela sabia que o caminho à frente não seria fácil, mas, pelo menos, ela não estaria sozinha.

O Relato do Advogado a Min-ho

Na delegacia, Min-ho estava sentado em uma sala de custódia, as paredes frias ao redor dele refletindo a rigidez do momento. Ele estava inquieto, incapaz de controlar a raiva que fervilhava dentro dele, esperando por notícias. Quando a porta se abriu, seu advogado entrou com passos cautelosos. A tensão era palpável, e Min-ho olhou para ele com olhos ferozes, exigindo respostas.

— E então? — Min-ho disparou, a voz dura e carregada de expectativa. — Ela já acordou? O que ela disse?

O advogado hesitou por um momento, sua postura tensa enquanto escolhia as palavras com cuidado. Ele sabia que qualquer deslize poderia aumentar ainda mais a fúria de Min-ho. — Senhor Min-ho... Ela está sendo bem cuidada. E... não estava sozinha.

Min-ho franziu a testa, confuso. — O que quer dizer com ‘não estava sozinha’? Quem estava com ela?

O advogado evitou o olhar, percebendo o quão inflamado Min-ho estava. — Eu... não sei quem ele é. Mas estava lá quando ela acordou. — Ele parou, observando a reação do cliente. — Ela parecia... próxima dele. E pelo que percebi, ele estava se colocando como uma espécie de protetor.

Min-ho sentiu o sangue ferver, o rosto se contorcendo de raiva. A ideia de alguém estar ao lado de Hana, alguém que ele não conhecia, e pior, alguém que ela permitia ao seu lado, era intolerável. Ele bateu os punhos na mesa, sua respiração acelerada enquanto o rosto se tornava uma máscara de ódio.

— Isso é inaceitável! Ela é minha esposa! — ele gritou, a voz reverberando pelas paredes da sala. — Descubra quem ele é. Quero todos os detalhes.

O advogado engoliu em seco, mas assentiu, sentindo o peso da ordem. Ele sabia que Min-ho estava disposto a tudo para reconquistar o controle sobre Hana. Min-ho estava perdendo o controle, e isso era o que ele mais temia.

— Min-ho... eu falei com Hana. Ela... não quer continuar com o casamento.

As palavras flutuaram na sala por um momento, como uma faca afiada prestes a cair. Min-ho piscou, confuso, como se não tivesse entendido. — Como assim, ela não quer continuar? O que você está dizendo?

O advogado respirou fundo, escolhendo com cuidado as palavras seguintes. — Ela pediu o divórcio, Min-ho. Ela foi bem clara quanto a isso. — O advogado fez uma pausa, notando o impacto que isso teve em Min-ho, cujo rosto foi tomado pela incredulidade e pela fúria. — Hana disse que, se você não conceder o divórcio, ela tem provas do que aconteceu… e está disposta a denunciá-lo.

A explosão foi quase imediata. Min-ho se levantou abruptamente, batendo as mãos na mesa, o rosto contorcido de raiva. — Denunciar?! Ela não faria isso! Hana é minha esposa, ela não... ela não faria isso comigo!

O advogado recuou ligeiramente, mantendo a calma, mas internamente, ele sentia a pressão de lidar com uma situação volátil. Ele conhecia o temperamento de Min-ho e sabia que era perigoso pressioná-lo demais. No entanto, ele estava obrigado a ser sincero.

— Min-ho, não há mais como controlar isso — o advogado disse, mantendo a voz firme. — Hana está disposta a lutar para se libertar desse relacionamento. Ela não está disposta a seguir com esse casamento. Ela exigiu o divórcio e deixou claro que, se você recusar, tomará medidas legais contra você.

Min-ho começou a andar de um lado para o outro, como um animal enjaulado. Seu rosto alternava entre choque e uma fúria crescente, como se estivesse tentando processar a informação e ao mesmo tempo lutando contra a ideia de que Hana poderia mesmo desafiar seu controle.

— Eu fiz tudo por ela! — ele gritou, sua voz ecoando pelas paredes da sala. — Tudo o que eu queria era que ela fosse minha... só minha! E agora ela quer me deixar?

O advogado observava atentamente, percebendo que a frustração e a obsessão de Min-ho estavam prestes a atingir um ponto crítico. Ele sabia que tinha que tentar acalmar o cliente, mas também tinha o dever de ser honesto.

— Min-ho... Hana está no hospital agora, mas está determinada a sair dessa situação. Ela sente que você foi longe demais e que esse relacionamento não pode mais continuar. — Ele fez uma pausa, escolhendo cuidadosamente suas próximas palavras. — Essa é a última chance para resolver isso sem uma exposição maior.

Min-ho olhou para o advogado, a expressão em seu rosto misturando descrença e ódio. Ele murmurou, quase como se estivesse falando consigo mesmo: — Hana… como ela pôde fazer isso comigo? Ela é minha… ela não tem o direito de me abandonar assim.

O advogado suspirou, sentindo o peso das palavras e da negação de Min-ho. Ele sabia que a obsessão do cliente era intensa, mas agora estava presenciando a profundidade do desequilíbrio emocional de Min-ho, e isso era perturbador.

— Min-ho… — ele começou, hesitante, mas sentindo que precisava falar. — Pense nisso como uma maneira de evitar mais problemas. Lutar contra o divórcio só vai agravar sua situação, ainda mais com as evidências que ela possui.

Min-ho olhou para ele com um olhar gélido, a expressão de alguém que não aceitaria ser contrariado. — Eu não vou desistir dela, você me ouviu? Ela é minha esposa, e eu vou lutar por ela… nem que seja a última coisa que eu faça.

O advogado temia pelo que poderia acontecer a seguir, tanto por Hana quanto pelo próprio Min-ho, cuja obsessão parecia aumentar a cada palavra.

— Min-ho… — disse o advogado, sua voz tensa. — Hana não quer só o divórcio. Ela mencionou algo que pode abalar sua imagem pública de maneira irreparável… e, consequentemente, a da sua empresa.

Min-ho franziu a testa, seu olhar endurecendo com desconfiança e raiva. — O que está querendo dizer? Fale de uma vez!

O advogado respirou fundo e continuou, sabendo que suas próximas palavras poderiam ser explosivas. — Hana mencionou que, se você se recusar a conceder o divórcio, ela está disposta a levar a história para a imprensa. E ela não está blefando, Min-ho. Ela afirmou que possui provas suficientes para expor não apenas o que você fez, mas também o tipo de vida que ela levava ao seu lado. Ela disse que pode mostrar ao mundo quem você realmente é.

As palavras ecoaram pela sala, um golpe direto ao orgulho e à autoridade de Min-ho. Ele empalideceu por um momento, tentando processar o impacto. — Ela não faria isso… — murmurou, quase sem acreditar. — Ela não tem coragem…

— Ela tem, Min-ho. E com as provas que Hana mencionou, qualquer exposição pública sobre o seu comportamento vai devastar a sua imagem. Estamos falando de um escândalo que vai arruinar sua reputação pessoal e profissional.

O advogado continuou, agora em um tom mais urgente. — Se ela for à imprensa, a sua empresa sofrerá um impacto direto. As ações despencarão, investidores perderão a confiança, e a imagem que você construiu com tanto esforço será destruída. Estamos falando de perdas milionárias, Min-ho.

Min-ho parecia sufocar, como se não conseguisse respirar ao ouvir as palavras que ecoavam pela sala. A ameaça de Hana não era apenas sobre perder o controle sobre ela, mas sobre perder o controle sobre toda a sua vida, tudo o que ele construiu e protegeu até ali.

— Minha empresa… — murmurou, visivelmente abalado. — Minhas ações… tudo o que eu construí. Ela quer destruir tudo?

O advogado assentiu lentamente, mantendo um olhar firme sobre Min-ho. Ele sabia que precisava ser direto, mas também calculava cada palavra para evitar aumentar ainda mais a raiva do cliente. — Sim. Se Hana realmente for à imprensa com o que ela tem, será o fim para a sua imagem pública. Seu nome será manchado para sempre.

Min-ho deu um passo para trás, como se tivesse sido atingido por um golpe físico. Ele tentou processar tudo, mas sua mente estava turva de raiva e medo. O poder e o controle que ele sempre acreditou ter sobre Hana agora estavam fora de alcance. Ela não era mais uma esposa submissa; era uma ameaça que poderia desmoronar tudo o que ele havia construído.

Seus olhos se estreitaram, e sua expressão passou de descrença para uma fúria crescente. — Ela acha que pode me chantagear… me ameaçar? Eu não vou permitir isso. Hana é minha esposa, e ela vai voltar para mim.

O advogado soltou um suspiro exasperado. — Min-ho, essa não é a melhor abordagem. Se você tentar forçá-la ou ameaçá-la, isso só vai piorar a situação. Hana não está mais sob o seu controle, e agora ela tem o poder de destruir tudo que você lutou para proteger.

— Eu não me importo com o que eu tenho que fazer! — Min-ho exclamou, sua voz um sussurro de raiva. — Hana vai perceber que não pode me desafiar assim.

O advogado o encarou com uma expressão de compaixão mista com cansaço, entendendo o desespero de Min-ho, mas sabendo que a situação havia saído do controle. Ele tentou uma última abordagem para fazer Min-ho enxergar a realidade.

— Min-ho, ouça o que estou dizendo. Hana não tem mais medo de você. Ela não vai recuar. E se ela realmente levar isso adiante, você vai perder muito mais do que apenas seu casamento. Vai perder sua empresa, sua reputação e… talvez até sua liberdade, se a polícia abrir uma investigação.

Por um momento, Min-ho ficou em silêncio, seu rosto revelando a batalha interna entre o desespero e a raiva. Ele sabia que o advogado estava certo, mas não conseguia aceitar o fato de que havia perdido o controle. E, em sua mente distorcida, a ideia de que Hana poderia sair ilesa e ainda destruí-lo era insuportável.

Com um último olhar frio para o advogado, Min-ho resmungou, em uma voz baixa e ameaçadora: — Eu não vou deixar isso acontecer. Hana ainda é minha… e eu vou fazer o que for necessário para tê-la de volta.

O advogado suspirou, percebendo que seu cliente estava indo direto para um caminho destrutivo. Ele se levantou, observando Min-ho com um olhar de advertência. — Só se lembre, Min-ho, de que quanto mais você tentar forçá-la, mais arriscado será. Hana tem o poder de tirar tudo de você, e ela não está blefando.

Com isso, o advogado se afastou, deixando Min-ho em uma mistura de fúria e desespero, consciente de que sua própria esposa, aquela que ele acreditava controlar, era agora a maior ameaça ao seu império e à sua própria existência.

Pensamentos de Min-ho

Min-ho ficou imóvel, o olhar fixo na parede à sua frente, enquanto as palavras do advogado reverberavam em sua mente como um eco distante, mas penetrante. Ele podia ouvir cada frase, cada ameaça, e elas se multiplicavam, se tornando uma tempestade em sua cabeça. Hana… queria o divórcio. E mais ainda, ela estava disposta a destruir sua vida com uma exposição pública. Ela não tinha mais medo dele. Não era mais a mulher frágil que ele conhecia e manipulava à sua vontade. Agora, ela era um obstáculo, uma ameaça real.

Ele pensou em tudo o que fizera para controlá-la, para mantê-la sob sua influência. E agora ela estava disposta a expor tudo. Min-ho sentiu um arrepio de desespero. Imagens de sua empresa ruindo, as ações despencando, a vergonha pública que ele teria que enfrentar se os detalhes de seu comportamento saíssem para o mundo. Ele não poderia deixar que isso acontecesse. A ideia de perder tudo o que havia construído, de ser humilhado publicamente, de ver sua vida desmoronando, era insuportável.

E o que mais o consumia, mais do que qualquer outra coisa, era o fato de que Hana já estava decidida a seguir em frente. Ela não estava mais interessada nele. Min-ho sabia, no fundo, que essa situação não se tratava apenas de vingança. Hana estava convencida de que ela merecia mais. Ela não o amava mais. Ela o odiava. E isso era algo que ele nunca poderia aceitar.

O advogado tinha falado sobre o que ela podia fazer, sobre o impacto de sua decisão. Mas o que mais mexia com Min-ho era saber quem estava com ela no hospital. Quem mais poderia ajudá-la a fugir dele? Quem estava se metendo em sua vida, alimentando suas mentiras e, pior ainda, oferecendo-lhe uma alternativa para viver longe dele? Ele se sentia completamente perdido, impotente diante dessa situação. Ele precisava saber mais. Precisava descobrir quem estava por trás dessa rebelião dela. Não podia aceitar que ela estivesse sendo apoiada por alguém que não fosse ele.

A mente de Min-ho se acelerou. Ele precisava agir rápido. Precisava saber quem estava com ela. Como o advogado mencionara que iria investigar, ele sabia que teria a informação eventualmente, mas o tempo estava contra ele. Ele não podia esperar.

Com um suspiro de frustração, a humilhação de estar ali, preso, aguardando o desenrolar das investigações e dependente das decisões alheias, só aumentava sua frustração.

Seu sangue ferveu ao pensar no homem, aquele que ele sabia ser a verdadeira ameaça.Não podia ser Seo-jun, aquele homem arrogante que sempre estava à espreita, mas Min-ho não podia ter certeza. O pensamento de que Seo-jun poderia estar com Hana, protegendo-a, deixando-a acreditar que ele poderia ser o herói em sua vida, tudo isso causava uma raiva cega em Min-ho.

Depois de respirar fundo, ele chamou um dos policiais que estava próximo.

— Preciso fazer uma ligação — pediu, com um tom de voz firme, tentando manter a autoridade que ainda julgava possuir.

O policial, após uma breve análise, assentiu e lhe ofereceu um telefone. A tolerância com Min-ho era limitada, mas, para manter o procedimento correto, permitiram-lhe uma breve ligação.

Quando o telefone foi entregue a ele, Min-ho não hesitou em discar o número de Seo-jun. Sabia que precisava de respostas, que aquele mistério ao redor de Hana e de quem estava apoiando suas decisões precisava ser resolvido. Ele esperou, e, finalmente, ouviu a voz tranquila e controlada do outro lado da linha.

— O que é, Min-ho?

Min-ho não perdeu tempo. Sua voz estava carregada de tensão, mas também de uma frieza calculada.

— Eu preciso saber quem estava com Hana no hospital. Quem a acompanhou? Quem estava ao lado dela?

Seo-jun, como sempre, não demonstrava pressa. Havia um silêncio carregado do outro lado da linha antes de ele responder, com uma calma que Min-ho não conseguia tolerar.

— Isso não é algo que você precise saber agora, Min-ho.

Min-ho franziu a testa, tentando manter a compostura.

— Não estou pedindo, Seo-jun. Estou exigindo. Quem estava com ela? Quero saber agora.

Seo-jun permaneceu em silêncio por alguns segundos, sua voz, finalmente, cortando a quietude.

— Min-ho, talvez eu devesse sugerir que você descubra por si mesmo.

Min-ho sentiu a raiva fervendo dentro dele. Ele estava prestes a perder o controle, mas tentou se forçar a ficar calmo. Não podia parecer fraco.

— Não brinque comigo. Eu sei que você sabe.

Seo-jun riu suavemente, como se estivesse se divertindo com a situação.

— Você vai saber quando eu quiser que você saiba — Seo-jun respondeu por fim, sua voz tranquila, mas com um tom de ameaça que Min-ho não poderia ignorar.

Min-ho desligou com raiva, o coração batendo forte no peito. Não havia mais tempo. Ele precisava se preparar. A verdade sobre quem estava com Hana precisava vir à tona. Não importava o que fosse necessário fazer para isso.

Ele respirou fundo, tentando acalmar sua mente. A batalha não estava perdida ainda. Ele ainda tinha poder, e sabia que, se usasse isso com sabedoria, poderia virar o jogo. Ele tinha que fazer isso por sua sobrevivência. Ele se recostou na cadeira, e seus olhos se estreitaram com uma fúria silenciosa.

— Eu vou encontrar quem estava com ela… E quando isso acontecer, eu vou acabar com tudo!

A mente de Min-ho estava uma tempestade. A conversa com Seo-jun só aumentou sua sensação de descontrole. Ele não sabia se o homem estava envolvido ou não, mas sabia que precisaria encontrar uma maneira de fazer com que ele revelasse tudo. O jogo estava só começando.


Gostou deste capítulo? Descubra mais em Perdida!

A história completa de Hana, repleta de reviravoltas, paixão, e coragem, está disponível para você se aprofundar ainda mais nos segredos, dores e esperanças que moldam sua jornada.

📖 Adquira agora o livro completo e viva cada emoção:
👉 Perdida - Clique aqui para comprar!

Não perca a chance de se envolver completamente nessa trama intensa e arrebatadora! 

Comentários