A luz suave da lâmpada de chão iluminava a sala, criando sombras que dançavam nas paredes e no chão. Mas, para Hana, a luz parecia fraca, como se não fosse capaz de afastar a escuridão em sua mente. Ela sentia como se estivesse aprisionada em um ciclo sem fim, um ciclo de lembranças dolorosas e decisões equivocadas.
Ela olhou para suas mãos, tremendo levemente. Os dedos estavam inquietos, como se buscassem algo, mas não sabiam o quê. Sentiu um peso no peito, como se a própria respiração fosse um esforço. O ar na sala parecia mais denso, a pressão aumentando a cada segundo. Ela queria se levantar, queria fazer algo, mas seu corpo estava paralisado pela angústia. Cada tentativa de se mover parecia em vão.
Sua mente vagava para uma imagem, a de Seo-jun, aquele que um dia representou tudo o que ela havia perdido. Aquelas memórias quentes de um tempo mais simples, onde o mundo ainda parecia cheio de promessas e possibilidades. Ele havia sido uma presença constante em sua vida, até que tudo mudou. Mas agora, o medo de reviver aquele passado a impedia de seguir em frente. Ela sabia que ele ainda estava lá, em algum lugar, mas como poderia chegar até ele agora, depois de tudo o que aconteceu com ela?
Ela pegou o celular sobre a mesa com os dedos trêmulos, a tela iluminando seu rosto pálido, ela deslizando o dedo, e o nome de Seo-jun apareceu na tela, e algo no peito de Hana se apertou. A saudade de tempos passados, de momentos em que se sentia viva, a invadiu de forma avassaladora. Mas, ao mesmo tempo, um medo irracional se apoderou dela. Será que ela ainda poderia procurá-lo? Será que ele ainda se lembrava dela? Será que ele a veria como ela era agora, ou como o reflexo de uma mulher quebrada, sem identidade própria?
O toque da tela parecia mais um peso do que uma possibilidade. A dúvida a paralisava, e o som do celular caindo de volta na mesa fez Hana se sentir como se estivesse se afastando de sua própria vida, sem coragem para lutar. O medo de Min-ho, de tudo o que ele poderia fazer, a fazia hesitar. O homem que ela chamava de marido havia se tornado um monstro, e ela não sabia como escapar. O controle dele sobre sua vida era absoluto. O medo de desobedecê-lo era real. Ele vigiava cada passo dela, cada gesto, e uma simples mensagem para Seo-jun poderia ser a faísca para uma explosão incontrolável.
A sombra de Min-ho pairava sobre ela. A sensação de estar sendo observada a consumia, como uma sombra que não a deixava em paz. As ameaças sutis, os olhares gelados, tudo em sua vida estava sendo moldado pelo medo dele. Hana sentia que havia perdido a própria identidade, que tudo o que restava era uma versão apagada de si mesma.
Mas naquele momento, algo dentro dela começou a se mover. A lembrança de quem ela já fora, antes de Min-ho tomar tudo dela, antes de se ver aprisionada por suas mãos, acendeu uma chama de esperança. Mesmo que o medo fosse forte, o desejo de recuperar o que havia perdido parecia maior.
Seo-jun
Sentado em sua mesa, em um dos edifícios mais caros de Seul, estava um homem chamado Seo-jun. Ele sempre acreditou que nunca significara nada para Hana, uma lembrança silenciosa que ela deixara no passado. Mas, para ele, Hana era tudo. Ela havia sido seu primeiro e único amor, um sentimento que ele mantivera guardado, jamais revelado. Mesmo assim, a lembrança dela era uma presença constante, como um farol em meio às sombras de sua própria solidão.
Naquela noite, a suave luz da lâmpada de mesa iluminava seu rosto, refletindo a tensão que ele sentia ao se perder em pensamentos. Ele podia sentir, quase como uma premonição, que algo estava errado. Imaginá-la em perigo fazia seu peito apertar de um jeito que ele não conseguia ignorar. Ele sabia do que Min-ho era capaz, e isso o deixava inquieto. Hana parecia cada vez mais distante e presa, e ele se perguntava se ela ainda era a mesma mulher que conhecera — forte, independente, com um brilho nos olhos que ele não conseguia esquecer.
O mundo ao redor dele desaparecia, e Seo-jun se encontrava sozinho com suas preocupações, a janela à sua frente mostrando apenas as luzes cintilantes de Seul ao longe. Ele sentia um vazio avassalador ao pensar na vulnerabilidade de Hana, e esse pensamento o corroía por dentro. Ele sabia que não tinha o direito de entrar em sua vida novamente, mas algo além da razão o chamava, um instinto que ele não conseguia reprimir. Ela era como uma melodia que tocava de maneira incessante, e ele estava pronto para fazer o que fosse preciso para protegê-la.
Então, o toque do telefone interrompeu o silêncio, como se quebrasse o ar rarefeito de seus pensamentos. Seo-jun atendeu com um pressentimento sombrio, e a voz grave de um dos seguranças de Min-ho ressoou do outro lado da linha, carregada de urgência e tensão.
— Seo-jun, preciso te avisar. Min-ho está ficando paranoico. Ele mandou reforçar a segurança em torno de Hana. Acha que ela está se afastando dele. — As palavras saíam com um peso sombrio, e um frio percorreu a espinha de Seo-jun.
Ele soube, naquele instante, o que aquilo significava. A obsessão de Min-ho estava crescendo, e Hana estava no centro desse desespero possessivo. O corpo de Seo-jun ficou tenso, e seu instinto de proteção se inflamou. Ele não podia deixar que Hana ficasse à mercê do controle doentio de Min-ho. Mas qualquer movimento em falso poderia colocar tudo a perder.
— Vou enviar alguém para vigiá-la. Ela não pode saber de nada. — Sua resposta foi firme, mas ele sentia uma impotência dolorosa. Ele não sabia até onde poderia ir, mas não podia permanecer parado enquanto Hana corria perigo. Mesmo que ela jamais soubesse, ele faria tudo ao seu alcance para mantê-la segura.
O Confronto Iminente
O som do carro de Min-ho estacionando na garagem cortou o silêncio da casa, e Hana sabia exatamente o que isso significava. A pressão aumentava, e seu coração batia mais rápido. Ela sentiu o peso de suas próprias inseguranças se acumulando dentro de si. O que ele faria desta vez? Como ele iria reagir quando visse que ela não estava mais tão submissa?
Min-ho a encarou com um olhar de desprezo enquanto cruzava a sala, cada passo dele soando como uma sentença. Hana sabia que qualquer palavra ou reação poderia se transformar em motivo para sua fúria. Mas, por alguma razão, ela se recusou a abaixar os olhos. Uma parte dela, por menor que fosse, não aceitaria ser esmagada dessa vez.
— Onde você esteve? — ele perguntou, a voz fria, um tom gelado que fazia seus músculos tensionarem.
Hana respirou fundo, seu corpo em alerta, e respondeu, sua voz tremendo de uma coragem que ela mal sabia de onde vinha.
— Eu precisava respirar, Min-ho. Não fiz nada de errado.
Ele a olhou com incredulidade, como se ela tivesse acabado de proferir um absurdo, antes de a raiva tomar conta de seu rosto. Em um instante, ele avançou e, sem hesitar, a agarrou pelos ombros, empurrando-a com brutalidade contra a parede. O impacto fez com que Hana soltasse um grito sufocado, a dor irradiando por suas costas.
— Você pensa que tem o direito de falar assim comigo? — rosnou ele, sua voz carregada de desprezo. — Eu sou o homem dessa casa, você entendeu? Eu decido o que você pode ou não fazer. Vou colocar um segurança com você agora, já que não posso confiar na sua palavra. E, a partir de agora, você só sairá quando eu permitir.
Aquelas palavras cortaram-na como facas. Ele continuava a feri-la com cada insulto, como se cada frase fosse destinada a destruir qualquer resquício de dignidade que ela tivesse. Mas Hana, mesmo assustada, estava cansada de viver sob as ordens e a tirania dele. Ela sentiu as lágrimas escorrerem, mas não desviou o olhar.
— Eu não sou sua prisioneira, Min-ho. Não vou viver assim! — respondeu, sua voz embargada mas cheia de revolta.
Isso foi o suficiente para Min-ho perder o controle. Ele ergueu a mão e, antes que Hana pudesse processar o que estava acontecendo, sentiu o tapa violento contra seu rosto, tão forte que a fez cambalear, quase caindo. Ele a puxou de volta, agarrando-a pelo braço com uma força que a fez morder os lábios para conter o grito.
— Você nunca aprende, não é? — murmurou ele, com uma frieza que fez o sangue dela gelar. Ele a empurrou contra a parede mais uma vez, seu corpo pressionando o dela, dominando-a completamente.
Ela tentou resistir, mas ele a esmagou contra a parede, mantendo-a imóvel enquanto segurava seu rosto com força, obrigando-a a encará-lo. O hálito quente dele batia contra sua pele, carregado de um ódio possessivo que a enojava.
— Não importa o que você diga — ele sussurrou, com uma crueldade que ele reservava apenas para esses momentos de “lição” —, você sempre será minha. Seu corpo, seus pensamentos, tudo. E, se precisar te ensinar isso à força, eu ensino.
Ele então a forçou a uma intimidade brutal, sem dar a mínima para seus protestos ou lágrimas. Hana sentiu sua alma se desintegrar com cada gesto dele, a violência transformando o ato em algo desumano, cruel. Ela tentou desligar sua mente, afastar-se para um canto dentro de si onde a dor não pudesse alcançá-la, mas os gritos que sufocava por dentro continuavam ecoando, ressoando como lamentos silenciosos.
Quando finalmente ele a soltou, o vazio dentro dela era tão profundo que parecia engolir qualquer sentimento que restava. Seu corpo estava exausto, machucado, a respiração irregular, e ela sabia que, se ficasse mais um minuto ali, não restaria nada de si mesma.
Lentamente, ela se afastou dele, cada passo doloroso, mas movido por uma última centelha de dignidade. Virou-se para ele, tentando manter a voz estável, embora sentisse o peso da vergonha e da humilhação esmagando-a.
— Vou para a casa da minha mãe.
Min-ho a olhou, irritado, mas deu de ombros, indiferente, como se sua partida fosse uma simples inconveniência. Ele já a havia dominado tantas vezes que confiava em sua volta. Mas Hana sabia que, dessa vez, ela não voltaria.
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