O elevador chegou ao último andar, parando suavemente. Seo-jun segurou a mão de Hana, conduzindo-a pelo corredor impecável. O ar ali parecia mais fresco, quase como se o espaço carregasse uma sensação de tranquilidade. As paredes eram adornadas com detalhes em madeira clara e iluminação indireta que criava um ambiente acolhedor, mas sofisticado.
Eles pararam diante de uma porta dupla, de madeira escura com acabamentos em metal dourado. Seo-jun soltou a mão dela por um breve instante para destrancar a porta, mas seus olhos se voltaram para Hana, como se pedissem permissão silenciosa para aquele próximo passo.
— Aqui estamos — ele disse, sua voz calma e baixa.
Ele empurrou a porta, revelando o interior do apartamento. Hana deu um passo hesitante, sentindo o ar diferente do lugar. Era amplo, mas não opressor. As janelas gigantescas iam do chão ao teto, oferecendo uma vista espetacular das luzes da cidade que brilhavam como estrelas artificiais. O chão era de madeira polida, com tapetes macios que pareciam ter sido escolhidos para oferecer conforto.
À direita, havia uma sala de estar aconchegante, com um sofá em tom creme, almofadas coloridas e uma manta jogada casualmente sobre o encosto. Um abajur de design moderno iluminava o espaço com um brilho quente, enquanto uma prateleira embutida exibia livros, fotos e pequenos objetos que pareciam ter sido coletados ao longo do tempo.
À esquerda, uma cozinha aberta e impecável, com bancadas de mármore preto e eletrodomésticos de última geração. Havia uma tigela com frutas frescas no balcão, um detalhe simples, mas que fazia o lugar parecer vivido.
— Seo-jun... — Hana sussurrou, sem saber o que dizer. Ela não esperava algo assim. Não era o tipo de opulência fria e calculada da mansão de Min-ho, mas uma riqueza que parecia ter sido construída com cuidado e intenção.
Seo-jun fechou a porta atrás deles, observando a expressão dela enquanto ela absorvia cada detalhe.
— É um pouco diferente do que você estava acostumada, eu imagino — ele disse, cruzando os braços e encostando-se na parede.
Hana virou-se para ele, seus olhos brilhando de leve com as luzes da cidade.
— Não diferente... — ela começou, procurando as palavras. — É... real. Quente. Como uma casa deveria ser.
Seo-jun sorriu de leve, seus olhos suavizando.
— Que bom que você sente isso. Porque, Hana, eu quero que este lugar seja seu também. Se você quiser.
As palavras dele a atingiram como uma onda, fazendo-a perder o fôlego por um instante.
— Meu? — ela repetiu, incerta.
— Não estou dizendo que você precisa decidir agora. — Ele deu um passo à frente, sua presença preenchendo o espaço ao redor dela. — Mas este é um lugar onde você pode ser você mesma. Onde ninguém vai te machucar ou te julgar.
Hana engoliu em seco, seu coração batendo mais rápido.
— Eu não sei se consigo aceitar isso, Seo-jun. Não depois de tudo...
Ele se aproximou, pegando as mãos dela com delicadeza.
— Você não precisa decidir nada agora, Hana. Só quero que você saiba que não precisa enfrentar tudo sozinha.
Ela sentiu as palavras dele ecoarem em seu peito. Era difícil acreditar que alguém pudesse ser tão genuíno, tão presente, depois de tudo que ela tinha passado.
— Obrigada — ela sussurrou, quase inaudível.
Seo-jun sorriu novamente, mas antes que pudesse responder, algo inesperado aconteceu.
Hana, ainda absorvida pelos sentimentos conflitantes, esbarrou em uma mesa lateral próxima. Um vaso de vidro com flores frescas tombou, espalhando água pela borda da mesa e pelo chão.
— Ai! — ela exclamou, tentando pegar o vaso antes que caísse por completo.
Seo-jun foi mais rápido, segurando o vaso com uma mão enquanto a outra alcançava Hana para evitar que ela escorregasse na água que começava a se espalhar.
— Cuidado! — ele disse, sua voz mais firme, mas cheia de preocupação.
No entanto, no processo, a mão dele esbarrou em uma xícara esquecida ali, que caiu, espalhando o resto do líquido no chão e molhando o vestido de Hana.
Hana ficou imóvel por um momento, olhando para a bagunça e depois para Seo-jun. A tensão era palpável.
— Eu... sinto muito — ela disse, sua voz nervosa, tentando limpar a água com as mãos.
Seo-jun riu baixo, balançando a cabeça enquanto colocava o vaso de volta na mesa.
— Não precisa se desculpar, Hana. Foi culpa minha por deixar tanta coisa jogada aqui.
Ela levantou os olhos para ele, sentindo o calor subir em suas bochechas ao perceber o olhar dele fixo nela. Havia algo naquele momento — a proximidade, a espontaneidade da situação — que a deixou ainda mais consciente da presença dele.
— Acho que você acabou de batizar o lugar — ele brincou, com um sorriso que fez o coração dela disparar ainda mais.
— Ou eu só trouxe o caos — ela respondeu, tentando esconder seu nervosismo com um pequeno sorriso.
Seo-jun se aproximou mais um pouco, pegando uma toalha que estava sobre o balcão. Ele se abaixou para secar o chão, mas quando levantou o olhar, encontrou o dela novamente.
— Hana... — ele começou, sua voz mais baixa agora. — Você pode trazer o caos que quiser. Desde que seja comigo.
As palavras fizeram Hana prender a respiração, o peso delas caindo sobre ela como uma verdade que ela não estava pronta para enfrentar. A tensão no ar era palpável, e ela sabia, naquele instante, que algo entre eles havia mudado.
Hana permaneceu ali, estática, enquanto as palavras de Seo-jun ecoavam em sua mente: "Desde que seja comigo." Seu coração parecia lutar para decidir entre disparar e parar completamente. O calor subia pelo seu rosto, deixando as bochechas levemente coradas, e ela sentia um peso diferente no ar, como se aquele momento tivesse criado uma bolha entre eles, isolando-os do restante do mundo.
Seo-jun estava tão perto agora que ela podia sentir o leve aroma amadeirado de seu perfume, misturado com algo mais suave, quase doce. Ele ainda segurava a toalha, seus dedos longos e firmes tocando a barra do tecido, mas seu olhar estava fixo nela, profundo e intenso, como se estivesse tentando ler cada pensamento que passava pela mente dela.
— Hana, você está bem? — ele perguntou, sua voz soando mais baixa, quase rouca, enquanto ele endireitava o corpo e ficava mais próximo.
Ela tentou responder, mas sua garganta parecia seca. Tudo nela parecia exposto sob aquele olhar — a vulnerabilidade, o medo, mas também algo mais. Algo que ela não sabia explicar, mas que queimava lentamente dentro dela, como uma chama tímida, mas impossível de ignorar.
— Estou... estou bem — ela conseguiu dizer, embora sua voz fosse apenas um sussurro.
Seo-jun deu um pequeno sorriso, mas não era o sorriso de sempre, aquele que ela ainda não conhecia. Havia algo mais ali, uma tensão palpável que ele parecia estar segurando. Ele deu um passo ainda mais próximo, e Hana instintivamente deu um pequeno recuo, suas costas tocando a borda da bancada da cozinha.
— Você sempre tenta escapar quando se sente assim, não é? — ele murmurou, inclinando ligeiramente a cabeça.
— Assim como? — ela perguntou, sua voz hesitante, mas os olhos não desviavam dos dele.
— Quando está sentindo algo novo. Algo que a assusta, mas que, ao mesmo tempo, você não consegue evitar.
Hana abriu a boca para protestar, mas não conseguiu. Ele estava certo, e ela sabia disso. Era exatamente o que estava acontecendo. Seo-jun estava se aproximando dela de uma maneira que ninguém nunca tinha feito antes.
Não era com manipulações ou intenções escondidas, como Min-ho fazia. Era diferente. Honesto.
— Eu não... — ela começou, mas as palavras morreram quando ele ergueu uma mão, apenas o suficiente para afastar uma mecha de cabelo que havia caído sobre o rosto dela.
O toque dele foi tão suave que a fez estremecer, mas ela não conseguiu se afastar.
— Você não precisa dizer nada, Hana. — A voz dele era quase um sussurro agora, e ela sentiu o calor dele ainda mais próximo. — Eu só quero você segura... aqui... para sempre...
Hana sentiu os olhos se encherem de lágrimas novamente, mas desta vez não era por dor ou tristeza. Era por algo que ela não sentia há muito tempo: um alívio genuíno. Uma sensação de que, pela primeira vez, alguém estava ao lado dela sem esperar nada em troca.
— Seo-jun... — ela começou, mas novamente suas palavras foram interrompidas, desta vez porque ele se inclinou um pouco mais, deixando seus rostos a poucos centímetros de distância.
O silêncio entre eles era ensurdecedor. Hana podia ouvir cada batida de seu coração, cada respiração de Seo-jun. Ela sentiu os dedos dele se aproximarem de sua mão, tocando de leve sua pele, como se perguntassem silenciosamente se aquilo era permitido.
— Eu não quero fazer nada que você não esteja pronta para aceitar — ele disse, com sinceridade na voz. — Mas se você me der a chance, Hana...
As palavras ficaram no ar, inacabadas, mas ela sabia exatamente o que ele queria dizer. Ela podia sentir. E pela primeira vez em tanto tempo, ela não queria fugir.
Ela olhou nos olhos dele, sentindo o peso daquela decisão, mas antes que pudesse responder, sua mão — nervosa, instável — esbarrou em uma das taças que estavam na borda da bancada.
O som do vidro quebrando foi o suficiente para fazê-los se afastar por um instante. Seo-jun se inclinou rapidamente para ver se ela estava machucada, enquanto Hana, envergonhada, tentava se abaixar para limpar os cacos.
— Desculpe! Eu não sei o que aconteceu, eu...
— Hana, calma. — Ele segurou a mão dela antes que ela pudesse tocar em um pedaço de vidro.
Ela ergueu os olhos para ele, encontrando aquele mesmo olhar intenso, mas agora com um toque de diversão.
— Você tem o dom de transformar cada momento simples em algo caótico, sabia?
Hana sentiu suas bochechas corarem novamente, mas antes que pudesse responder, Seo-jun pegou um pano e começou a limpar a bagunça.
— Talvez isso seja um sinal — ele disse, sorrindo de lado.
— Um sinal de quê? — ela perguntou, tentando conter um pequeno sorriso.
Ele terminou de recolher os cacos e colocou a mão no balcão, inclinando-se novamente para ficar cara a cara com ela.
— Um sinal de que nada precisa ser perfeito entre nós. Que podemos começar assim, entre bagunças e pequenos acidentes.
Hana sentiu o coração apertar novamente. As palavras dele tinham um peso que ela não esperava, mas eram exatamente o que precisava ouvir. Ela sorriu, um sorriso tímido, mas sincero, e, pela primeira vez naquela noite, sentiu que algo dentro dela estava finalmente se curando.
Seo-jun ficou em silêncio por um momento, apenas observando-a. Depois, com um gesto suave, ele estendeu a mão novamente, desta vez sem hesitar.
— Vamos começar de novo, Hana?
Ela olhou para a mão dele, depois para o rosto, e, sem pensar muito, segurou-a.
— Sim. Vamos.
Não, tão perdida!
O toque da mão de Seo-jun em sua pele parecia ter um peso invisível, uma conexão silenciosa que fazia o coração de Hana bater mais rápido. Ela ainda sentia o calor de sua mão sobre a dela, como se a proximidade dele fosse mais do que ela estava preparada para suportar. Mas, ao mesmo tempo, havia algo nela que estava sendo despertado, algo que ela não sabia que ainda existia, uma sensação de ser vista de uma maneira que nunca imaginara.
Seo-jun não disse nada imediatamente, mas seu olhar nunca se desviava do rosto dela. Ele podia ver a luta interna em Hana, a maneira como ela tentava entender o que estava acontecendo entre eles, o que ela sentia e o que ele sentia. Mas o silêncio estava carregado de algo mais, algo que se tornava cada vez mais difícil de ignorar.
Hana não sabia o que fazer com a sensação que a envolvia. Cada fibra do seu ser pedia para se afastar, para escapar daquele calor, daquela proximidade, mas uma parte de seu coração a impelia para frente, como se fosse a última oportunidade de se sentir viva, de sentir que não estava perdida.
— Você está com medo — ele disse de repente, a voz suave, mas cheia de uma compreensão que a desconcertava.
Ela olhou para ele, surpresa, mas não respondeu imediatamente. Como ele sabia? Ela tentava esconder isso de todos, mas, diante de Seo-jun, parecia impossível mentir para si mesma.
— Não é medo, é... incerteza — ela disse, finalmente encontrando sua voz. Ela se afastou um pouco, puxando a mão dele lentamente, mas não totalmente. — Não sei o que... o que nós somos.
Seo-jun deu um passo em sua direção, mas dessa vez, sua postura era diferente. Ele não se aproximava com pressa, não tentava forçar nada. Ele queria que ela visse o que ele sentia, e para isso, precisava ser paciente. Ele sempre soubera que Hana precisava de tempo.
— O que nós somos... apenas você, Hana... Pode dizer. — Ele disse essas palavras com uma calma que parecia contrastar com a tempestade interna que ela estava vivendo. Mas ele sabia o que a estava impedindo de avançar. Ela estava aterrorizada com a ideia de confiar novamente em alguém, especialmente depois de tudo o que havia acontecido. Mas ele não estava pedindo por confiança ainda. Ele estava pedindo por tempo.
Hana engoliu em seco, sentindo um nó apertado em sua garganta. Ela não sabia o que responder. Não sabia como dizer o que estava sentindo sem parecer fraca ou vulnerável. Mas havia uma verdade inegável, e ela sentia isso com cada batida de seu coração.
— Eu não sei como confiar em mim mesma, Seo-jun — ela disse, e suas palavras eram mais sinceras do que qualquer coisa que ela tivesse dito antes.
Seo-jun a olhou, com os olhos suavemente fixos nos dela. Ele não tentou interromper, não tentou apressar sua resposta. Ele sabia que isso era algo que ela tinha que dizer, algo que ela precisava tirar do peito.
— Não precisa confiar em você agora. Você tem tempo — ele respondeu com suavidade, sua voz profunda e firme. — Mas eu estou aqui. Eu... estou aqui para você.
Por um momento, o mundo pareceu parar. Nada mais existia além daqueles olhos dele, além daquela promessa silenciosa que ele estava fazendo. Hana sentiu uma onda de emoções inundando seu peito, mas ela não se afastou. Em vez disso, ela se aproximou mais, sentindo uma força inusitada surgir de dentro de si mesma.
Sem mais palavras, ela levantou a mão e tocou o rosto dele, sua pele quente sob seus dedos. O gesto foi tímido, hesitante, mas também cheio de um desejo genuíno de conexão. Seo-jun fechou os olhos por um momento, aproveitando o toque dela, sentindo a ternura que ela estava oferecendo.
Então, num movimento quase imperceptível, ele baixou a mão dela, levando-a suavemente para a sua própria. Quando seus dedos se entrelaçaram, o toque entre eles parecia carregar uma eletricidade sutil, uma promessa que não precisava de palavras.
Hana se viu sem ar por um instante, como se o simples ato de entrelaçar suas mãos fosse algo mais profundo, algo que ela não estava preparada para lidar, mas que, ao mesmo tempo, não queria deixar ir.
Seo-jun, vendo a luta em seu rosto, não hesitou em dar um passo mais ousado. Ele a puxou suavemente para mais perto, de modo que os corpos deles quase se tocavam. Hana olhou para ele, e em seus olhos havia uma intensidade que ela não conseguia ignorar.
— Hana... — ele sussurrou, e o som do seu nome em seus lábios fez seu coração acelerar.
Ela olhou para ele, o espaço entre os dois diminuindo. A respiração dele era quente contra sua pele, e ela sentiu uma pressão crescente em seu peito. O que estava acontecendo entre eles parecia desafiador e proibido, mas, ao mesmo tempo, irresistível.
Seo-jun olhou para os lábios dela, e então, com a suavidade de um toque, beijou-lhe a testa, um gesto simples, mas carregado de significados que ela ainda não conseguia processar completamente.
Quando ele se afastou, ela ficou ali, tensa e confusa, mas, ao mesmo tempo, sentindo uma conexão mais profunda do que jamais imaginara ser possível.
— Não vou apressar você, Hana. Eu... só quero que saiba que não importa o que aconteça, você não está mais sozinha. — As palavras dele eram sinceras, mas a intensidade no ar parecia sugerir que muito mais estava por vir.
Hana olhou para ele, sua mente confusa, mas com um calor crescente dentro dela. Era como se algo estivesse prestes a quebrar, algo que ela não sabia se estava pronta para enfrentar.
Mas uma coisa era clara: ela não poderia mais fugir. A vida, as escolhas, o desejo — tudo isso estava ali, entre eles, e ela não tinha mais forças para negar.
E, naquele momento, o silêncio entre eles se transformou em algo mais — algo que ela nunca imaginara experimentar, mas que, agora, sabia ser inevitável.
O Desejo
Hana sentindo seu corpo tremer, uma sensação nova e desconhecida, mas intensa, que fazia seu peito arder. Ele estava quase se afastando dela, mas ela não conseguia deixar isso acontecer. Não depois de tudo o que vivera, de tudo o que passara. Algo dentro dela dizia que esse era o momento, que ela não poderia mais se esconder atrás do medo ou da dor.
Com um impulso, ela segurou a mão dele mais firme, puxando-a de volta, evitando que ele se afastasse. Seo-jun parou, surpreso, mas a intensidade nos olhos dela o fez compreender. Hana olhou para ele, sua respiração ainda irregular, seu coração batendo forte, mas algo tinha mudado dentro dela. Ela sabia o que precisava dizer, sabia o que ele precisava ouvir.
— Você... você não entende — ela começou, a voz falha, mas cheia de uma sinceridade crua. — Eu... Eu vivi tanto tempo sendo quebrada, sendo moldada pelo medo. E, mesmo assim, você esteve aqui. Você esteve... sempre aqui. Eu... preciso acreditar que você me ama. Preciso acreditar que posso recomeçar... que não vou mais viver na sombra de Min-ho. Eu preciso acreditar em você.
Seo-jun ficou em silêncio por um instante, seus olhos fixos nos dela, lendo cada palavra que ela não dizia. Ele se aproximou devagar, como se a respeitasse mais do que qualquer coisa. Ele sabia que ela estava se entregando a ele de uma maneira que nunca tinha feito antes, e ele não queria forçar mais nada.
Calmamente, ele levou a mão até a nuca dela, os dedos deslizando por trás de seu cabelo, puxando-a para mais perto. Ela sentiu o calor de seu toque, a suavidade com que ele a segurava. E, num movimento lento, mas determinado, seus rostos se aproximaram, e seus lábios finalmente se encontraram. O beijo foi suave no começo, como se eles estivessem explorando o território desconhecido que agora compartilhavam. Mas, logo, a suavidade foi substituída por uma intensidade crescente, como se, finalmente, o que ambos sentiam não pudesse mais ser contido.
O beijo foi quente e envolvente, uma mistura de ternura e desejo, mas também de algo mais profundo, algo que transcendia o físico. Era a sensação de ser visto, de ser finalmente compreendido. Hana se entregou, seus braços ao redor dele, seu corpo ainda tenso, mas sua alma começando a se soltar, a se permitir.
Quando eles se separaram, ambos estavam ofegantes, como se o ar tivesse ficado mais denso ao redor deles. Hana olhou para ele, sentindo seu coração acelerar ainda mais.
— Eu... eu te amo, Seo-jun. — Sua voz era baixa, mas firme, como se finalmente estivesse dizendo as palavras que sempre estiveram guardadas. — Eu te amei desde a primeira vez que te vi. Você era a única coisa boa que eu tinha quando estava presa a Min-ho. A única memória boa que eu ainda carregava.
Seo-jun a olhou, seus olhos se suavizando ao ouvir aquelas palavras. E, ao ouvi-las, algo dentro dele se quebrou, uma barreira que ele não sabia que estava carregando. Sem hesitar, ele a puxou para mais perto, suas mãos agora segurando seu rosto com mais firmeza. O beijo que se seguiu foi tenso, cheio de uma necessidade profunda, uma paixão que vinha de algo muito mais forte do que o desejo. Ele a queria, mas não apenas com o corpo. Ele queria a alma dela, queria ajudá-la a curar as feridas que ela carregava há tanto tempo.
Sem se afastar, Seo-jun a ergueu suavemente, colocando-a sobre seu colo, sentando-se na beirada da poltrona com um movimento suave, mas seguro. Hana ficou ali, em cima dele, seu corpo sentindo o calor de sua pele, a pressão de sua presença como uma âncora que a mantinha firme no presente. O calor entre eles era palpável, e ela sentia cada toque dele como se fosse um novo despertar, um novo capítulo na história deles.
Seo-jun passou a mão pelas costas dela, a tocando com cuidado, como se cada movimento fosse uma promessa. Ele beijou seu pescoço, descendo lentamente, beijando seu ombro com uma suavidade que contrastava com a intensidade do momento. Hana sentia arrepios percorrendo seu corpo a cada toque, cada carícia, mas, ao mesmo tempo, havia algo mais, algo que a fazia se sentir segura, mesmo na vulnerabilidade daquele momento.
Ele parou por um instante, olhando para ela, seus olhos profundos e cheios de amor. Hana passou os dedos pelo cabelo dele, deslizando até o rosto, tocando sua boca com delicadeza.
Seo-jun a observou em silêncio, e, ao olhar para ela, as palavras vieram de sua boca com uma força que ele não havia previsto.
— Eu te amo, Hana. Eu juro, nunca vou te machucar. Estarei com você, sempre. Não importa o que aconteça.
Hana sentiu o peso dessas palavras, cada uma como uma corrente que a prendia ao momento presente, mas não como uma prisão — era um laço, uma conexão que não a deixava escapar para o abismo de dor que sempre a cercara. O calor do toque dele parecia apagar cicatriz por cicatriz, deixando apenas a sensação de um novo começo, um lugar onde ela poderia finalmente respirar, existir, sem medo.
Mas quando os lábios dele voltaram a encontrar os dela, o beijo que seguiram não foi apenas um gesto de conforto — foi uma explosão. Era um clamor mudo de tudo o que haviam reprimido, o grito silencioso de duas almas que finalmente encontraram refúgio uma na outra. Os dedos dele se cravaram em sua cintura com firmeza, não para machucar, mas para ancorá-la ainda mais perto, como se a possibilidade de soltá-la fosse insuportável. Ela respondeu com a mesma intensidade, suas mãos deslizando pelos ombros dele, sentindo cada músculo tenso sob a pele quente, como se pudesse absorver a força que ele transbordava.
Hana deixou escapar um suspiro entrecortado, não de medo, mas de entrega. A profundidade daquele momento era tão intensa que parecia fazer o mundo ao redor desaparecer. Não havia mais sombras, apenas a luz do desejo, do amor, e da promessa não dita de que, juntos, eles poderiam recriar tudo o que a vida havia destruído.
Quando ele parou, a respiração de ambos era pesada, entrecortada, os olhos dele procurando os dela, como se precisassem de uma confirmação de que aquilo era real. Hana, ainda ofegante, tocou o rosto dele, os dedos tremendo levemente, mas seus olhos brilhavam com uma determinação que ele nunca havia visto antes.
— Seo-jun... — ela murmurou, a voz embargada, mas firme. — Eu não vou mais fugir. Não de você. Não de nós.
Ele não respondeu com palavras. Em vez disso, inclinou a testa contra a dela, os olhos fechados, como se estivesse agradecendo silenciosamente por aquele momento. E então, com uma suavidade que contrastava com a intensidade de tudo que acabara de acontecer, ele sussurrou contra seus lábios:
— Hana... você é tudo pra mim.
A voz de Seo-jun era profunda, carregada de emoção, e fez Hana prender a respiração por um instante. Suas palavras a atingiram com uma intensidade que ela não esperava. Ela piscou, tentando absorver o que ele acabara de dizer, mas o olhar dele, firme e ardente, não a deixou escapar.
— Tudo? — ela sussurrou, a dúvida e o desejo se misturando em sua voz.
Seo-jun ergueu a mão, tocando delicadamente a lateral do rosto dela. O calor de seus dedos parecia atravessar sua pele, alcançando um lugar profundo dentro dela. Ele assentiu, sua expressão séria, mas suavizada por algo mais — algo que Hana não sabia se era amor ou uma espécie de reverência.
— Sim, tudo. — Ele deslizou o polegar pela maçã do rosto dela, limpando uma lágrima solitária que escapou. — Você é a razão pela qual eu lutei, esperei... E agora, você é o motivo pelo qual eu quero continuar.
Hana sentiu seu coração acelerar, as palavras dele se enraizando nela, quebrando as barreiras que ela havia erguido por tanto tempo. Antes que pudesse responder, Seo-jun inclinou-se, seus lábios encontrando os dela em um beijo que era ao mesmo tempo delicado e intenso, como se ele estivesse colocando tudo o que sentia naquele momento.
Ela correspondeu, o beijo se aprofundando, uma mistura de necessidade e conforto. As mãos dela encontraram o peito dele, sentindo o ritmo acelerado de seu coração sob a camisa. Era como se os dois estivessem sincronizados, suas respirações, seus toques, suas emoções.
Quando ele se afastou levemente, seus olhos buscaram os dela, e Hana viu algo que parecia uma promessa. Seo-jun passou os dedos pelo cabelo dela, afagando com cuidado, enquanto a puxava para mais perto.
— Você não precisa dizer nada agora — ele murmurou, sua voz rouca, mas suave. — Só... confie em mim. Eu quero cuidar de você, não importa quanto tempo leve.
Hana mordeu o lábio inferior, sentindo a sinceridade em cada palavra dele. Ela ergueu a mão, tocando o rosto de Seo-jun, deixando seus dedos explorarem a linha de sua mandíbula até alcançar seus lábios. Ela suspirou, sua voz baixa, mas carregada de verdade.
— Eu confio... E eu... eu quero isso também.
Seo-jun sorriu, um sorriso leve, mas cheio de significado. Ele puxou-a para outro beijo, mais longo, mais profundo, como se estivesse selando aquele momento, aquela promessa. Suas mãos deslizaram para a cintura dela, segurando-a firme, mas com cuidado. Hana sentiu um calor percorrer seu corpo, um calor que não vinha só do toque, mas da conexão que eles compartilhavam.
Seo-jun olhou para Hana com uma intensidade que a fez sentir como se o mundo tivesse desaparecido ao redor deles. Ela, ainda incerta, balançou a cabeça, sinalizando que estava pronta. Ele sorriu suavemente, e com uma leveza que desmentia a urgência de seus sentimentos, desceu a mão até a beirada da blusa dela. Passou com cuidado, sentindo a suavidade da pele dela, evitando tocar na ferida com zelo, até que a peça foi suavemente retirada de seu corpo.
Quando ele a olhou, foi como se o tempo parasse. O olhar de Seo-jun transbordava de uma mistura de amor profundo e desejo contido, algo que ela não conseguia mais negar, como se ele realmente fosse a sua salvação. Ele se inclinou e, com a mesma ternura, beijou seus lábios, em um gesto que unia o carinho e a paixão.
Hana, sem hesitar, começou a desabotoar a camisa dele. Cada botão era uma promessa silenciosa de que ela estava ali, disposta a abrir-se para ele completamente. Quando conseguiu tirá-la, seus olhos se fixaram na cicatriz do tiro em seu braço, e, com um gesto carinhoso, ela se aproximou e, com um beijo suave, selou a dor do passado. O gesto foi leve, mas cheio de significados, uma maneira de mostrar a ele que, apesar das cicatrizes, ela o amava profundamente.
Seo-jun observou-a, tocado por sua delicadeza, e a pegou com suavidade, envolvendo-a em seus braços e a levando com carinho até o quarto. Entre beijos e carícias, seus corpos se conectavam cada vez mais, como se o mundo lá fora não existisse. Ele a deitou na cama com cuidado, cada movimento seu pensativo e protetor.
Quando ele beijou cada ponto de seu corpo, Hana fechou os olhos, sentindo-se completamente entregue ao momento. Ele parou por um instante, chegando perto de sua ferida, tocando-a delicadamente. Sua mão desceu suavemente até sua calça, tirando-a com calma, sempre atento aos seus gestos e ao seu bem-estar.
A cada beijo, a cada toque, Hana sentia seu corpo se aquecer mais e mais. Suas mãos exploraram o corpo de Seo-jun, sentindo a definição de seus músculos, os contornos de seu peitoral, os traços de um homem que a amava de forma incondicional. Ela o beijou no pescoço, com a mesma ternura e desejo que ele a tratava, e, com delicadeza, ele a virou, a beijando com mais intensidade.
Quando seus corpos finalmente se entregaram um ao outro, o mundo parecia desaparecer por completo. O prazer era algo que ia além do físico, era uma união de almas, um momento terno e cheio de expectativas, de promessas que seriam cumpridas. Era mais do que desejo, era uma entrega mútua, algo que transcendia a dor, o passado e as feridas.
A cada movimento, a cada toque, eles se descobriam mais profundamente. Não havia pressa, apenas um desejo imenso de estar ali, um com o outro, como se o amor deles fosse a única coisa que importasse naquele momento. Eles estavam prontos para construir algo novo, algo que não fosse mais marcado pelos acontecimentos do passado, mas pela luz de um futuro que começavam a construir juntos.
O ar entre eles se tornava cada vez mais denso, carregado de desejo e de emoções tão intensas que mal podiam respirar. Cada toque, cada suspiro, cada movimento, os aproximava mais da linha tênue entre a dor e o prazer, entre o real e o surreal. Hana estava completamente entregue, e Seo-jun, com uma ferocidade silenciosa, a conduzia para o abismo do prazer, onde tudo se desvanecia, deixando apenas a conexão pura entre eles.
No auge daquele momento, quando a tensão entre eles atingiu seu ápice, Hana sentiu uma onda de calor que a tomou por completo. Seus sentidos estavam intensificados, cada toque dele parecia mais eletricamente carregado, fazendo seu corpo estremecer de uma forma que ela nunca imaginara ser possível. Os batimentos de seu coração dispararam, e com um último beijo profundo e ardente, ela se entregou ao clímax, seu corpo tenso, tremendo, seus lábios soltando um gemido baixinho enquanto o prazer a consumia.
Seo-jun, sentindo o corpo de Hana se contrair ao seu redor, a puxou para si com ainda mais intensidade, como se quisesse mantê-la ali, naquele momento, para sempre. Ele sentiu sua própria liberação, um prazer profundo que parecia se estender em cada parte de seu ser, um prazer que não era só físico, mas algo mais, algo emocional e transcendental.
Eles ficaram ali, imóveis por um instante, respirando com dificuldade, seus corpos ainda entrelaçados, compartilhando o silêncio da entrega. Seo-jun a segurou com carinho, os dedos acariciando suavemente seu rosto, como se tivesse medo de que ela pudesse se desvanecer a qualquer momento. Hana, com os olhos fechados, ainda sentindo o calor de seu corpo ao lado, a respiração pesada, finalmente encontrou a paz que tanto buscava, sabendo que, naquele momento, havia se entregado completamente a ele.
Ele a beijou com ternura, um beijo suave, quase reverente, como se quisesse gravar aquele instante para sempre em sua memória. Hana, em resposta, o abraçou com a mesma intensidade, sentindo o amor e a devoção que transbordavam de cada gesto dele.
"O que quer que venha," ele sussurrou contra seus lábios, "eu vou estar aqui. Sempre."
Hana olhou nos olhos dele, sentindo uma paz que nunca soubera que poderia existir. "Eu também," ela respondeu, com a voz suave e firme, sabendo que, ao lado dele, estava exatamente onde deveria estar.
O mundo ao redor parecia ter desaparecido. No fundo, só havia a certeza de que, depois de tanto sofrimento, a entrega de ambos era, finalmente, a verdadeira cura. Cada toque, cada suspiro, parecia apagar as dores do passado, deixando no lugar uma chama intensa, quase como se tivessem se reencontrado em um espaço onde o tempo e as cicatrizes não existissem.
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