Perdida - Capítulo 18: O Fim de Uma História

O silêncio no salão era opressor. A cremação de Min-ho havia acontecido, e agora restava apenas a formalidade do que o seguia: a leitura de seu testamento. Hana se sentava em um canto da sala, rodeada por familiares distantes de Min-ho, que mal a olhavam. Ela sentia a presença de Seo-jun ao seu lado, sua mão segurando a dela com uma firmeza que a fazia sentir, por um breve momento, que estava protegida.

O som grave do advogado preenchia a sala enquanto ele lia o testamento de Min-ho. Hana sentia o peso do momento como se cada palavra fosse um golpe silencioso, abrindo feridas que ela acreditava já terem cicatrizado. A sala estava carregada de tensão, e o único conforto parecia ser a presença de Seo-jun ao seu lado. Sua mão repousava firme sobre a dela, uma ancoragem silenciosa enquanto o mundo ao redor dela se desmoronava mais uma vez.

— Para a senhora Eun-mi, mãe de Hana... — anunciou o advogado, ajustando os óculos. — Min-ho deixou a mansão principal e uma pensão vitalícia, suficiente para garantir sua estabilidade.

Hana ergueu o olhar, surpresa. Sua mãe não reagiu, apenas apertou os lábios em uma linha fina, como se as palavras fossem difíceis de digerir.

— Para a senhora Kang Ji-young, tia de Min-ho, foram deixadas algumas ações de empresas menores, como um gesto de consideração.

A voz continuava, mas Hana já não ouvia direito. O sangue latejava em seus ouvidos enquanto o advogado anunciava o restante.

— Todo o restante de sua fortuna, incluindo as empresas, carros, duas mansões e dois apartamentos na área nobre de Seul, foi deixado para Hana.

O silêncio que seguiu foi esmagador. Hana sentiu os olhares de todos na sala recaírem sobre ela, mas seu foco estava em Seo-jun. Ele apertou sua mão com mais força, e ela soube que ele estava ali para apoiá-la, mesmo que ela não soubesse o que fazer com aquilo.

— E há mais — disse o advogado, interrompendo os pensamentos de Hana. Ele retirou uma carta de um envelope lacrado e a entregou com cuidado. — Min-ho deixou isso para você.

Hana pegou a carta com mãos trêmulas. O papel parecia pesado, como se carregasse todas as intenções e segredos que Min-ho nunca conseguiu dizer em vida.

Após a leitura: No corredor

Hana caminhava ao lado de sua mãe. O silêncio entre elas era sufocante, como uma barreira invisível e intransponível. Finalmente, Hana parou e virou-se para encará-la.

— Por que você veio? — A voz dela era baixa, mas carregava uma intensidade que sua mãe não esperava.

Eun-mi suspirou, ajustando a bolsa nos ombros como se estivesse procurando algo para segurar.

— Eu queria... ver Min-ho. Ele sempre foi bom para mim, Hana.

As palavras feriram como lâminas. Hana deu um passo para trás, cruzando os braços como se precisasse proteger a si mesma.

— Mesmo sabendo tudo o que ele fez comigo? Mesmo depois de ajudar a me manter presa a ele?

A mãe de Hana abaixou os olhos, o silêncio dela mais ensurdecedor do que qualquer resposta poderia ser. Hana queria gritar, exigir respostas, mas tudo o que conseguiu foi um suspiro cansado.

— Eu não vou lutar com você — disse Hana, por fim. — Não agora.

Eun-mi ergueu o olhar, surpresa, mas Hana já havia virado as costas.

Na mansão de Min-ho

O escritório de Min-ho era um lugar que Hana evitava. Toda vez que entrava ali, sentia a presença opressiva dele, como se as paredes ainda guardassem os segredos e o controle que ele exercia sobre sua vida. Mas agora, com a carta em mãos, ela sabia que não podia fugir.

Ela abriu o envelope devagar, a tensão em seu corpo se acumulando como uma corda prestes a romper. A caligrafia de Min-ho era impecável, quase mecânica, refletindo sua personalidade fria e calculista.

"Hana,

Se você está lendo isso, significa que minha ausência finalmente se tornou permanente. Talvez, para você, seja um alívio.

Eu fiz tudo por você, mesmo quando você não compreendia minhas intenções. Controle? Sim, talvez. Mas o controle é a única forma de manter aquilo que se ama. Eu nunca permiti que nada nem ninguém tirasse você de mim.

Dentro do cofre estão respostas que você pode escolher ignorar ou enfrentar. A decisão é sua, mas saiba que, independentemente do que descubra, cada ação minha foi para proteger o que eu acreditava ser nosso.

A senha é a data em que você se tornou minha esposa. Não se esqueça disso, Hana: você sempre foi minha.

Min-ho"

Hana sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Mesmo depois de morto, Min-ho ainda tentava impor sua presença sobre ela. Suas mãos tremiam enquanto digitava a senha no cofre. O som do mecanismo se destravando parecia um rugido no silêncio do escritório.

Dentro, ela encontrou uma pilha de documentos, um celular antigo e uma pequena caixa metálica. Cada item parecia gritar segredos que ela não sabia se queria desvendar.

Ela começou pelos papéis, os olhos passando rapidamente pelas palavras até encontrar algo familiar: os registros da dívida de seu pai.

— Isso... — murmurou, os olhos arregalados. A dívida já estava quitada há anos, algo que Seo-jun já havia confirmado. Então por que Min-ho ainda mantinha aqueles documentos?

A atenção de Hana foi desviada pelo celular. Ela o pegou hesitante, desbloqueando-o com a senha que estava anotada em um dos papéis. Havia poucas mensagens salvas, mas uma conversa específica chamou sua atenção.

"Espero que seja feito antes de chegar aqui."

Ela franziu a testa, sentindo uma pontada de desconforto. Continuou a ler.

"Está feito."

O coração de Hana acelerou. A data e a hora daquela mensagem fizeram sua respiração falhar. Ela conhecia bem aquele dia.

De repente, memórias começaram a inundar sua mente.

O dia da morte de seu pai, uma noite chuvosa. Hana estava na mansão, esperando Min-ho chegar para o jantar. Ele havia mandado uma mensagem dizendo que se atrasaria, mas que não demoraria muito.

Quando ele finalmente chegou, havia algo diferente em seu semblante. Ele parecia sério, quase distante.

— O que aconteceu? — Hana perguntou enquanto ele tirava o casaco encharcado.

Min-ho hesitou por um momento, mas então deu um sorriso frio, como se estivesse tentando tranquilizá-la.

— Uma tragédia. Seu pai sofreu um acidente.

O mundo de Hana parou.

— O quê? Como assim? — Ela tentou segurar o braço dele, mas Min-ho se afastou, indo direto para o bar para servir-se de uma dose de uísque.

— Ele estava em uma estrada perigosa. Parece que perdeu o controle do carro. Foi instantâneo.

Hana sentiu as lágrimas queimarem seus olhos, mas algo no tom de Min-ho não parecia certo. Ele era calmo demais, frio demais. Naquele momento, ela estava muito devastada para perceber, mas agora, com o celular em mãos, as peças começaram a se encaixar.

Hana olhou para o celular, o sangue pulsando em seus ouvidos. Ela releu as mensagens, agora com um novo entendimento.

"Espero que seja feito antes de chegar aqui."

"Está feito."

As mensagens, a data, a hora. Tudo correspondia ao momento em que Min-ho chegou à mansão naquela noite fatídica.

— Não... — Hana sussurrou, as lágrimas escorrendo por seu rosto. — Ele... ele fez isso.

Ela deixou o celular cair sobre a mesa, sentindo o chão se abrir sob seus pés. Sua mente girava enquanto lembranças e descobertas colidiam, criando uma verdade que ela não sabia se podia suportar.

Seo-jun entrou no escritório, percebendo o estado de Hana. Ele correu para ela, segurando seus ombros com firmeza.

— Hana, o que aconteceu?

Ela olhou para ele, os olhos cheios de desespero.

— Min-ho... ele matou meu pai.

Seo-jun a puxou para um abraço apertado, enquanto ela se desfazia em lágrimas.

— Você não está sozinha, Hana. — Sua voz era firme, mas cheia de ternura. — Nós vamos descobrir toda a verdade.

Hana se agarrou a Seo-jun com uma força desesperada, como se suas mãos pudessem se ancorar àquele abraço e fazer o mundo parar de girar. O corpo dela tremia, não só pelo choque da revelação, mas pela dor profunda que invadia seu peito, como se as peças do seu passado finalmente se encaixassem, trazendo uma verdade cruel que ela sempre tentou evitar. Mas, ao mesmo tempo, havia uma chama acesa dentro dela — uma chama que ela não sabia que ainda existia.

O coração dela estava despedaçado, como se o peso de toda a mentira que vivera até aquele momento tivesse finalmente caído sobre ela. As lágrimas não paravam de escorrer, mas, por mais que fosse difícil, ela não queria se render a esse peso. Ela não queria ser mais uma vítima, não queria que Min-ho continuasse a governar sua vida, mesmo após sua morte. Ele poderia ter deixado seu rastro de destruição, mas ela era mais forte do que isso.

Hana fechou os olhos, enterrando o rosto no peito de Seo-jun, sentindo a segurança e a calma que ele oferecia. Ele era sua âncora, a promessa de que, apesar de todo o sofrimento, ela não estava sozinha. O calor do abraço dele foi o único consolo que ela encontrou, e a força silenciosa de Seo-jun a impulsionava a acreditar que ainda havia uma chance de recomeço. Ela não sabia o que o futuro reservava, mas sabia, com uma certeza quase assustadora, que não permitiria que Min-ho tivesse o poder de moldar sua vida, mesmo após a morte.

Era hora de enfrentar tudo o que ele havia causado. Os traumas, as mentiras, as manipulações. Tudo o que ela escondera e sufocara por tanto tempo, por medo de que se olhasse para aquilo com mais clareza, perderia ainda mais de si mesma. Mas não podia mais fugir. A verdade estava ali, estampada diante dela, e era hora de enfrentá-la, de encarar os fantasmas do passado que ainda a assombravam.

Ela levantou a cabeça e, ao olhar nos olhos de Seo-jun, viu a mesma determinação refletida nele. Eles haviam passado por tanto juntos, e agora, não seria diferente. Com ele ao seu lado, Hana sabia que poderia enfrentar qualquer coisa. Min-ho, em sua tentativa final de controle, não conseguira arrancar sua força. Ela ainda possuía a sua liberdade — e estava pronta para conquistá-la, a qualquer custo.

Seo-jun passou a mão suavemente pelo rosto de Hana, seu gesto lento e cuidadoso, como se estivesse tentando esfregar a dor que ela sentia para longe, ainda que soubesse que o processo seria longo. Ele sentia o tremor dela, como uma maré que não parava de subir, e seu coração apertava a cada suspiro que ela dava.

Seo-jun segurou Hana mais firme, como se o abraço fosse a última linha de defesa contra o turbilhão de emoções que a consumia. O corpo dela ainda estava tenso, como se cada respiração fosse um esforço, como se o mundo ao redor dela estivesse desmoronando e ela estivesse tentando desesperadamente manter-se de pé. Min-ho, mesmo morto, continuava a ser uma sombra sobre ela. Ele havia sido a figura dominante em sua vida, um fantasma cruel que sempre se alimentava de suas fraquezas. Agora, mesmo em sua ausência, ele ainda a controlava, ainda a fazia se sentir impotente.

Hana sentia o peso do arrependimento, da dor, das promessas quebradas e das escolhas erradas. Mas, ao mesmo tempo, havia algo mais ali. Algo que ela não conseguia identificar completamente, uma força que ela não sabia que ainda tinha, uma vontade de não ser mais aquela mulher submissa e quebrada. A lágrima que escorria por seu rosto não era só de tristeza, mas também de uma libertação que ela ainda não sabia como processar. Era a dor de finalmente encarar a verdade, de entender a magnitude das manipulações que sofreu, mas também a sensação de estar finalmente acordando de um pesadelo que durou tempo demais.

Ela sentiu a segurança no peito de Seo-jun, o calor do seu abraço se espalhando por ela, como se ele fosse a única coisa que restava em um mundo que parecia ter perdido a cor. O cheiro dele, a sensação de seu corpo forte e protetor, era tudo o que ela precisava naquele momento. Seo-jun estava ali, a única pessoa que parecia ser capaz de afastar os fantasmas do passado. Ele não estava apenas ao seu lado fisicamente, ele estava presente de uma forma que nenhuma outra pessoa jamais esteve. Ele a entendia, sem pressa de julgar, sem pressa de pedir explicações. Ele sabia que o caminho dela era longo e tortuoso, mas, ao contrário de todos os outros, ele não a pressionava para seguir um ritmo que não fosse o dela.

Ela sabia que isso não significava que o caminho seria fácil. Ela ainda teria que enfrentar as consequências de tudo o que Min-ho a fez passar, as cicatrizes que ele deixou, as mentiras que ela acreditou por tanto tempo. Mas, com Seo-jun ao seu lado, ela sentia uma força silenciosa, uma confiança crescente de que poderia lidar com o que viesse. Ele a estava ajudando a encontrar sua voz novamente, ajudando-a a se libertar de uma vida que parecia ter sido escrita por outra pessoa.

Hana levantou a cabeça lentamente, seus olhos se encontrando com os de Seo-jun. Ela ainda estava ferida, mas havia algo nos olhos dele que a fazia acreditar que não estava mais sozinha. Ela viu ali a mesma determinação que sentia em seu próprio peito, como se ele estivesse dizendo, sem palavras, que não importa o quão escuro fosse o caminho à frente, eles enfrentariam isso juntos.

— Eu não vou mais deixar que ele me controle — Hana disse com uma voz baixa, mas firme. As palavras eram simples, mas carregavam um peso que ela nunca soubera que seria capaz de carregar. Ela não sabia exatamente o que o futuro traria, mas sabia que, pela primeira vez, ela estava decidida a ser dona de sua própria história.

Seo-jun a olhou por um momento, seu olhar cheio de compreensão. Ele sabia que o caminho não seria fácil. Hana tinha muitas cicatrizes, internas e externas, que precisariam ser curadas. Mas ele também sabia que ela estava mais forte do que pensava. E, se fosse necessário, ele estaria ali, ao lado dela, a cada passo.

— Hana... — a voz de Seo-jun foi baixa, mas intensa, como se ele estivesse tentando acalmar o mar revolto dentro dela. — Você está segura agora. Ele não pode mais te machucar. Eu não vou deixar ninguem machucar você.

Hana não respondeu de imediato. Ela só apertou ainda mais o abraço, como se pudesse se perder naquele momento, naquelas palavras, naquele toque que a fazia sentir que existia algo mais além da dor. Mas o vazio era grande, e ela não conseguia simplesmente ignorá-lo.

— Eu... — ela murmurou, quase em um suspiro, sua voz entrecortada pela angústia. — Eu ainda sinto ele aqui... controlando tudo. Min-ho ainda me persegue, Seo-jun. Mesmo depois de tudo.

Seo-jun não sabia o que dizer para aliviar aquela dor. Ele sabia que as cicatrizes de Hana não seriam curadas da noite para o dia. Mas, com um gesto suave, ele afastou um fio de cabelo do rosto dela, tocando sua pele com uma delicadeza que contrasta com a tormenta em seu coração.

— Ele não vai mais controlar nada, Hana. Não quando eu estiver ao seu lado.

Aquelas palavras, simples, mas cheias de sinceridade, a atingiram com uma força inesperada. Hana levantou a cabeça, seus olhos marejados se encontrando com os de Seo-jun, e por um momento, a intensidade de seu olhar fez o mundo ao redor deles desaparecer.

— Eu não sei se posso deixar tudo para trás. — A voz dela tremia, mas havia uma decisão que começava a se formar. — Eu vivi a mentira por tanto tempo, pensei que aquilo fosse tudo o que eu merecia.

Seo-jun se inclinou ligeiramente, sua testa tocando a dela, e ele falou, com uma firmeza que parecia cravar cada palavra em sua alma:

— Você merece mais. Você merece paz, Hana. Você merece se encontrar de novo. E eu vou te ajudar a chegar lá.

Ela ficou em silêncio por um momento, absorvendo aquelas palavras, que eram como um abrigo contra a tempestade que ainda se desenrolava em seu interior. Então, Seo-jun a puxou delicadamente para mais perto, sentindo seu corpo ainda tenso, mas agora com uma suavidade diferente, como se ela estivesse se permitindo, pela primeira vez, sentir um pouco de alívio.

— Eu... — Hana tentou falar, mas a emoção fez sua voz falhar. — Eu quero acreditar. Quero acreditar que sou capaz de viver sem o peso dele.

Seo-jun sorriu com suavidade, um sorriso que transmitia todo o apoio que ele sentia por ela.

— Você vai, Hana. E eu estarei com você, em cada passo. Agora... — ele hesitou por um momento, sua voz ficando mais suave, mas com um toque de determinação — vamos sair daqui. Este não é o seu lugar.

Hana olhou para o ambiente à sua volta, e a mansão parecia ainda mais fria, mais distante do que nunca. Ela nunca se sentiu em casa ali, nunca foi realmente sua. Era o lugar onde as mentiras haviam nascido e onde sua vida foi manipulada. Mas, ao lado de Seo-jun, ela sentiu um impulso de coragem, de saber que poderia, finalmente, seguir em frente.

Seo-jun estendeu a mão para ela, e, sem pensar duas vezes, Hana a pegou. Ele a guiou até a porta, seu gesto firme e gentil. Ao sair da mansão, ela olhou uma última vez para o lugar onde havia sido prisioneira de suas próprias escolhas e, por um breve instante, sentiu um alívio silencioso.

— Eu não sabia... — ela murmurou, sua voz quase inaudível. — Eu nunca soube como seria sair daqui. Mas, agora, com você, sinto que posso...

Seo-jun apertou a mão dela com mais força, um lembrete de que ela não estava mais sozinha.

— Agora você vai saber, Hana. Não precisa mais carregar isso sozinha.

No carro, a viagem foi silenciosa. Hana olhava pela janela, seu coração batendo acelerado. O futuro parecia incerto, e sua mente estava cheia de perguntas. Mas havia algo em Seo-jun, uma presença silenciosa e constante, que fazia o medo se dissipar aos poucos.

Chegaram ao prédio onde Seo-jun morava, um edifício imponente e moderno. Era tudo o que ela não esperava, mas de algum modo, sentia que ali poderia ser o começo de algo novo. Eles entraram no elevador em silêncio, e Hana se sentiu ainda mais ansiosa. Nunca havia feito algo assim, nunca havia se permitido estar tão vulnerável, tão à mercê de seus próprios sentimentos.

Seo-jun, percebendo a tensão dela, colocou a mão sobre a sua, com um toque gentil, mas firme. Hana olhou para ele, e, naquele momento, a intensidade de seu olhar fez sua respiração falhar. Ela nunca imaginou que se sentiria assim, com tantos sentimentos conflituosos se desenrolando dentro de si.

Seo-jun, com sua voz grave, quebrou o silêncio, e as palavras dele caíram sobre ela como uma promessa:

— Essa é sua casa agora, Hana. Se você quiser que seja.

Hana olhou para ele, seu olhar mais intenso do que nunca. Seu coração disparou, e as palavras estavam na ponta da língua, mas ela não sabia como expressar tudo o que sentia. Tudo o que ela sabia era que, ao lado dele, ela poderia começar de novo.

Com uma respiração profunda, ela finalmente respondeu, balançando lentamente sua cabeça em um gesto de afirmação, mas cheia de significado.

E, com isso, o elevador parou. A porta se abriu, e ela sentiu que estava prestes a dar o passo mais importante de sua vida, deixando para trás o peso do passado e abraçando o que estava por vir, com Seo-jun ao seu lado.

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