Capítulo 7: Corações em Conflito

O armazém ainda está envolto em sombras, mas agora há uma luz suave que entra pelas frestas. As paredes parecem quase acolhedoras em comparação com a tensão palpável no ar. So-yeon e Ji-hoon estão sentados próximos, cada um lutando contra suas emoções. O silêncio é ensurdecedor.

So-yeon (quebrando o silêncio, a voz baixa)
"Eu… não sei se estou pronta para isso. Para abrir meu coração novamente."
(ela se retira um pouco, seu olhar distante, como se estivesse tentando proteger-se de mais dor.)

Ji-hoon (aproximando-se, a preocupação evidente em seu rosto)
"Você não precisa se apressar, So-yeon. Mas se eu não souber o que está acontecendo, como posso ajudá-la?"
(ele se inclina para frente, tentando captar seu olhar.)
"Eu não quero ser uma sombra no seu passado, mas também não posso ser um estranho no seu presente."

So-yeon (olhando para ele, a confusão se misturando com a tristeza)
"Às vezes, eu sinto que você é a única pessoa que entende a dor que carrego. Mas ao mesmo tempo, tenho medo de que isso acabe me destruindo."
(ela respira fundo, as emoções à flor da pele.)
"Eu não posso me permitir amar alguém. É arriscado."

Ji-hoon (sua voz suave, mas firme)
"Arriscado? So-yeon, todos nós corremos riscos na vida. Amar alguém é um risco que vale a pena. E eu… eu não posso negar o que sinto."
(ele hesita, as palavras pesadas.)
"Desde que te conheci, algo mudou em mim. Eu sinto que você é parte de mim."

So-yeon (o coração batendo forte, suas palavras quase um sussurro)
"Eu também sinto isso. Mas o medo… é como uma sombra que não consigo ignorar."
(ela se afasta, olhando pela janela embaçada.)
"Já perdi pessoas importantes para mim. Eu não sei se posso suportar perder mais uma."

Ji-hoon (levantando-se, decidindo confrontar a verdade)
"Então vamos parar com esse jogo, So-yeon! Por que você não confia em mim? Eu não sou como eles!"
(ele se vira, a frustração transparecendo.)
"Eu estou aqui. Luto por você todos os dias. E tudo o que peço em troca é sua sinceridade."

So-yeon (os olhos cheios de lágrimas, a voz embargada)
"Porque, Ji-hoon! Porque eu não quero que você se machuque por minha causa!"
(ela se levanta, e os dois se encaram, a intensidade entre eles crescente.)
"Eu não posso ser a razão da sua dor. Não posso!"

Ji-hoon (avançando, as emoções à flor da pele)
"Você já é! O que estamos fazendo aqui, se não é por nós? Eu me preocupo com você, So-yeon. A dor que você carrega é a minha também."
(ele se aproxima ainda mais, o espaço entre eles quase inexistente.)
"Eu não posso perder você, e isso está me matando por dentro."


Uma sala de hospital fria e desinfetada. Ji-hoon observa sua irmã em uma cama, envolta por máquinas. Seu coração se despedaça ao ouvir a conversa entre os médicos.


Médico
"Infelizmente, não há muito mais que possamos fazer. O corpo dela não responde ao tratamento."
(as palavras ecoam na mente de Ji-hoon, cada sílaba uma faca em seu peito.)

Ji-hoon (em um sussurro)
"Não, não! Não pode ser verdade!"
(ele se agarra à mão da irmã, a esperança despedaçando-se.)
"Eu prometi que sempre estaria lá por você!"


So-yeon (ouvindo as palavras de Ji-hoon, a conexão se fortalecendo)
"Ji-hoon… você tem tanta dor. Eu sinto isso."
(ela dá um passo em sua direção, suas emoções transbordando.)
"Mas você também precisa entender a minha. Eu não quero que meu passado destrua o que temos agora."

Ji-hoon (tensionando os músculos, seu coração acelerando)
"Eu entendo. Mas também preciso de você, So-yeon. Precisamos nos apoiar. Não podemos permitir que o medo nos consuma."
(ele dá um passo mais perto, quase tocando seu rosto.)
"Por favor, não me afaste. Você significa tanto para mim."

As palavras pairam no ar, um convite ao entendimento. So-yeon hesita, seu coração em conflito. O medo e o desejo se entrelaçam, e a fraqueza a força. Então, num momento de coragem, ela se aproxima, seus olhos cheios de uma vulnerabilidade que ambos reconheceram.

So-yeon (com a voz trêmula)
"Eu não quero mais viver com medo."
(ela toca suavemente a mão dele, um gesto simples, mas poderoso.)
"Se isso significa abrir meu coração para você, então eu quero tentar."

Ji-hoon (o alívio refletido em seu rosto)
"Então venha aqui."
(ele a envolve em seus braços, a tensão entre eles dissipando-se.)
"Eu estarei aqui, sempre."

So-yeon (abrindo-se, a segurança em seus braços)
"Eu… eu me sinto tão perdida às vezes."
(as lágrimas escorrem pelo rosto, mas agora são lágrimas de alívio.)
"Com você, parece que posso encontrar um caminho."

Nesse instante, as barreiras que os separavam quebram-se. O beijo é lento, uma mistura de tristeza e esperança. É como se o tempo parasse, e o mundo ao redor desaparecesse, deixando apenas a conexão intensa entre eles.

Ji-hoon (murmurando enquanto os lábios se encontram)
"Você não está sozinha."
(a promessa é selada em cada toque, em cada batida de seus corações.)

So-yeon (enquanto eles se separam, seus rostos próximos)
"Obrigado por me dar uma chance."
(ela sorri, mesmo com as lágrimas ainda visíveis.)
"Vamos enfrentar isso juntos."

A atmosfera muda. As sombras não parecem mais tão ameaçadoras. O armazém, antes sombrio, agora é um espaço de renascimento, onde a luz da compreensão começa a iluminar seus corações.

Ji-hoon (sorrindo, finalmente aliviado)
"Vamos enfrentar nossos medos, um passo de cada vez."
(ele segura a mão de So-yeon, um gesto simbólico de união e força.)
"Juntos."


Fim do Capítulo 7

Neste capítulo, a relação entre So-yeon e Ji-hoon se transforma em um vínculo mais profundo. O beijo representa uma nova fase na história deles, simbolizando o poder da vulnerabilidade e da conexão emocional. As interações são intensas e carregadas de significado, preparando o terreno para os desafios que virão.

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