Capítulo 4: Segredos Sob a Lua


As montanhas são envoltas em um manto de mistério à noite. A lua brilha intensamente, iluminando o caminho que leva ao esconderijo. O ar é fresco, e o som do vento entre as árvores cria uma trilha sonora sutil. Dentro do esconderijo, um ambiente rústico, com paredes de pedra e um pequeno fogo aceso, oferece um calor reconfortante, contrastando com a tensão que permeia a atmosfera.

So-yeon (olhando pela janela, suas sombras dançando na luz da lua)
"É bonito aqui, não é? Eu nunca pensei que um lugar tão isolado poderia ser tão… pacífico."

Ji-hoon (sentado em uma rocha, observando-a)
"Sim, é. Mas a paz aqui é enganadora. Sempre tem algo à espreita, So-yeon."

So-yeon (virando-se para ele, seus olhos refletindo a luz da fogueira)
"Você sempre acha que há algo escondido, não é? É assim que você vive?"

Ji-hoon (com um meio sorriso, mas seu olhar é sério)
"Eu aprendi a ser cauteloso. A vida me ensinou isso da maneira mais difícil."
(ele pausa, seu olhar se perde na fogueira)
"Você sabe, meu irmão… ele sempre acreditava nas pessoas, até que foi tarde demais."

So-yeon (sentindo a dor em suas palavras)
"Às vezes, eu gostaria de poder acreditar como ele. Mas toda vez que eu faço, sinto que estou prestes a ser esmagada."

Ji-hoon (encarando-a com intensidade)
"Então, não faça. Acredite em mim em vez disso."
(ele se levanta e caminha até ela, a distância entre eles diminuindo)
"Deixe-me ser a sua proteção."

So-yeon (recua um passo, seus medos ressurgindo)
"Você não entende, Ji-hoon. Me proteger não vai apagar meu passado. Eu sou… eu sou um fardo."

Ji-hoon (abrindo os braços)
"Então carreguemos esse fardo juntos. O que eu quero é que você confie em mim. Estamos juntos nessa, So-yeon."

O clima se torna mais denso à medida que as palavras de Ji-hoon ecoam na sala. So-yeon sente seu coração acelerar. Ela está dividida entre a vontade de se abrir e o medo de perder o que acabou de encontrar.

So-yeon fecha os olhos, e a cena muda. Ela se vê novamente em sua casa de infância, cercada por fotografias empoeiradas. A imagem de seu pai, tão distante, surge em sua mente, e o dia em que ele decidiu deixar a família a assombra.

So-yeon (Menina)
"Papai, você não vai embora, vai?"
(a voz da criança é cheia de esperança, mas seu pai apenas a ignora.)

Pai de So-yeon (sem olhar para ela, pegando suas coisas)
"Às vezes, é preciso ir. Você vai entender um dia."

A cena se desfaz em lágrimas e gritos, e So-yeon é puxada de volta ao presente, seu coração pesado.

So-yeon (abrindo os olhos, respirando pesadamente)
"Eu não quero que isso aconteça de novo, Ji-hoon. Eu não quero que você se machuque por minha causa."

Ji-hoon (aproximando-se, colocando uma mão em seu braço)
"Então me deixe entrar. Me diga o que aconteceu. Quero conhecer você de verdade."
(ele observa seu rosto, buscando qualquer sinal de abertura.)

So-yeon (hesitando, suas emoções à flor da pele)
"É complicado. Eu não sei por onde começar."
(ela tenta conter as lágrimas, mas falha.)

Ji-hoon (compreensivo)
"Comece onde for mais fácil. Eu estou aqui."
(ele senta-se ao seu lado, inclinando-se para mais perto.)

So-yeon (encontrando coragem)
"Quando eu tinha dez anos, meu pai… ele era um homem que não sabia amar. Ele nos abandonou, minha mãe e eu. Eu vi a dor dela e não consegui fazer nada."
(as palavras saem entre soluços)
"Ele… ele fez promessas que nunca cumpriu. E desde então, sempre que alguém se aproxima, eu sinto que vai me deixar também."

Ji-hoon (tocado, sua expressão suaviza)
"Você não está sozinha, So-yeon. Eu entendo mais do que você imagina."
(ele se aproxima, tocando seu rosto levemente)
"Você não precisa carregar isso sozinha. Deixe-me ser aquele que não vai embora."

So-yeon (os olhos cheios de lágrimas)
"E se eu não conseguir? E se eu não souber como deixar você entrar?"
(ela olha para ele, a vulnerabilidade exposta.)

Ji-hoon (a voz firme)
"Eu vou te ensinar. Um passo de cada vez, assim como você disse antes. Nós podemos fazer isso juntos."
(ele sorri, um sorriso que traz um pouco de luz ao momento.)

A luz da lua brilha forte agora, e o fogo crepita suavemente. So-yeon se inclina contra Ji-hoon, buscando conforto em sua presença. A conexão entre eles se torna mais profunda, e a confiança começa a se formar, ainda que lentamente.

So-yeon (sussurrando, um fio de esperança em sua voz)
"Talvez… talvez eu possa tentar confiar novamente."

Ji-hoon (com um brilho de esperança em seus olhos)
"Essa é a primeira coisa que precisamos. E eu estarei aqui, sempre."

Os dois permanecem juntos, a serenidade da noite envolvendo-os enquanto o peso do passado começa a se dissipar, se transformando em uma nova chance de amor e confiança. Eles sabem que a jornada está apenas começando, mas a decisão de enfrentar seus medos juntos traz um novo começo.


Fim do Capítulo 4

Neste capítulo, a relação de So-yeon e Ji-hoon se aprofunda enquanto eles enfrentam seus passados e começam a se abrir um para o outro. O ambiente nas montanhas proporciona um espaço íntimo, e as emoções se tornam intensas. As memórias de So-yeon e a disposição de Ji-hoon para apoiá-la criam um forte laço emocional, refletindo o tema de confiança e vulnerabilidade.

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