Após a intensa conversa na caverna, So-yeon e Ji-hoon seguem um caminho estreito na floresta. A tensão no ar é palpável, e as árvores ao redor parecem observar o que está por vir. O ambiente é ao mesmo tempo belo e ameaçador, refletindo as emoções conflitantes dos dois.
Ji-hoon (caminhando ao lado de So-yeon, sua expressão preocupada)
"Você está bem? Desde aquela conversa, parece que algo ainda a incomoda."
(ele tenta desvendar o que se passa em sua mente, preocupado com seu bem-estar.)
So-yeon (olhando para o chão, hesitante)
"Eu… eu estou pensando em algo que talvez você não queira saber."
(sua voz é suave, mas há uma firmeza em suas palavras.)
"É sobre o meu passado. Sobre o que realmente aconteceu com minha família."
Ji-hoon (parando de repente, os olhos fixos nela)
"So-yeon, você sabe que pode confiar em mim."
(ele a observa com atenção, percebendo a gravidade da situação.)
"Se isso a está consumindo, me diga. Estou aqui para te ouvir."
So-yeon se lembra de um dia em que sua mãe a levou para um parque. Elas estavam felizes, mas logo se transformou em um pesadelo quando seu pai apareceu, alterado. A imagem de seu pai gritando, a mãe chorando e ela tentando se esconder em um canto escuro ainda está gravada em sua mente.
So-yeon (em sua lembrança)
"Por que tudo teve que mudar?"
(ela se vê pequena e assustada, sem saber como lidar com a violência que a cercava.)
So-yeon (respirando fundo, encarando Ji-hoon)
"Eu nunca falei sobre o que aconteceu naquela noite."
(ela sente o peso das palavras antes de soltá-las.)
"Foi a última vez que vi meu pai… e eu sinto que poderia ter feito algo."
(suas mãos tremem ao recordar a dor.)
Ji-hoon (aproximando-se, sua voz firme e solidária)
"Você não é culpada, So-yeon. Ninguém consegue controlar a violência dos outros."
(ele tenta confortá-la, percebendo a carga emocional que ela carrega.)
"Por favor, me conte o que aconteceu. Eu preciso entender."
So-yeon (as lágrimas começam a escorregar por seu rosto)
"Naquela noite, eu me escondi. Eu estava tão assustada que não consegui ajudar minha mãe."
(a dor é evidente em sua voz.)
"Eu apenas ouvi os gritos. Depois, quando tudo ficou em silêncio, eu saí do meu esconderijo e encontrei minha mãe no chão. Meu pai tinha ido embora."
(o peso das memórias quase a derruba.)
Ji-hoon (sua expressão se transforma em horror e empatia)
"So-yeon, isso é devastador. Ninguém deveria passar por isso."
(ele se aproxima mais, colocando a mão no ombro dela.)
"Isso não é sua culpa. Você era uma criança."
So-yeon (olhando para ele, a vulnerabilidade exposta)
"Eu pensei que tinha superado isso. Mas, quando me lembro, a dor volta."
(ela respira pesadamente, as emoções à flor da pele.)
"Eu… eu sempre pensei que poderia ser mais forte, que poderia proteger minha mãe."
Ji-hoon (compreendendo sua dor, ele fala com sinceridade)
"Todos nós queremos proteger quem amamos. É por isso que somos como somos."
(ele a observa com um olhar suave, tentando fazer com que ela se sinta mais segura.)
"Mas você não precisa carregar esse peso sozinha. Eu também tenho meus segredos."
So-yeon (curiosa, mas hesitante)
"Você? O que mais você esconde?"
(ela tenta mudar o foco, mas a intensidade da conversa a envolve.)
Ji-hoon recorda o dia em que sua irmã desapareceu. Ele se lembra da busca desesperada, dos olhos de sua mãe cheios de esperança e, em seguida, de desespero. A dor de não poder salvar a única pessoa que realmente amava ainda o assombra.
Ji-hoon (pensando)
"Eu fiz de tudo para encontrá-la… mas falhei."
(o peso da culpa é insuportável.)
Ji-hoon (abrindo seu coração)
"Eu sempre sinto que deveria ter feito mais. A minha irmã… eu prometi que a protegeria."
(a dor em sua voz é palpável.)
"Eu a procurei, mas… não consegui. E isso me persegue todos os dias."
So-yeon (solidária, ela toca sua mão)
"Você não é responsável por isso, Ji-hoon. Você fez o que pôde."
(a empatia entre eles cresce.)
"Nós temos cicatrizes, mas elas não definem quem somos."
So-yeon (respirando fundo, decidida a ser completamente honesta)
"Eu também tenho um segredo que nunca compartilhei."
(ela hesita, as palavras ficam presas em sua garganta.)
"Na verdade, eu não apenas perdi minha família… eu os deixei."
Ji-hoon (chocado, ele a observa atentamente)
"Como assim? O que você quer dizer?"
(a curiosidade e a preocupação se misturam em seu olhar.)
So-yeon (com lágrimas nos olhos)
"Eu… eu fugi. Quando meu pai se tornou violento, eu não consegui enfrentar a situação. Eu deixei minha mãe para trás."
(ela se entrega à dor, as lágrimas escorrem.)
"Eu pensei que estava salvando a mim mesma, mas deixei ela para sofrer sozinha."
Ji-hoon (seu coração se despedaçando pela dor dela)
"So-yeon, você não sabia. Você não podia prever o que aconteceria."
(ele a envolve em um abraço apertado, tentando confortá-la.)
"Você não precisa carregar isso sozinha."
So-yeon (abraçando Ji-hoon, a dor e o alívio misturados)
"Eu só queria que as coisas fossem diferentes."
(ela se entrega ao abraço, sentindo a segurança que ele proporciona.)
"Quero fazer as pazes com o meu passado. Quero lutar por um futuro melhor."
Ji-hoon (sussurrando enquanto a abraça)
"E eu estarei ao seu lado. Vamos enfrentar isso juntos."
(a conexão entre eles se fortalece, um laço indestrutível se formando.)
"Você não está sozinha mais."
(A cena termina com os dois se afastando lentamente, seus rostos marcados por lágrimas, mas seus corações mais leves. Eles estão prontos para enfrentar os desafios à frente, unidos por suas verdades.)
Fim do Capítulo 10
Neste capítulo, So-yeon e Ji-hoon compartilham segredos profundos que moldaram suas vidas, aprofundando sua conexão emocional. As revelações trazem um senso de alívio e aceitação, preparando o terreno para os próximos desafios que eles enfrentarão juntos. As emoções são exploradas em profundidade, revelando a complexidade de seus passados e a força que encontram um no outro.
Comentários
Postar um comentário