Na manhã seguinte, Hana acordou lentamente, seus olhos se abrindo aos poucos, revelando a suavidade da luz que entrava pela janela. Ela estava envolta nos braços de Seo-jun, sentindo o calor de seu corpo, o cheiro de sua pele ainda impregnado em seu rosto. Ela podia ouvir a respiração dele, tranquila, como se também estivesse absorvendo a paz do momento. A sensação de estar nos braços dele, de ser cuidada, a fazia se sentir finalmente segura, como se todos os fantasmas do passado tivessem desaparecido.
Ela virou o rosto para ele, seus dedos tocando levemente seu peito, sentindo o movimento do seu coração, e com um sorriso suave, ela ficou ali por um instante, apenas observando-o. Seo-jun ainda estava adormecido, seu cabelo bagunçado, a expressão serena, mas algo nos olhos dele, mesmo fechados, parecia refletir um desejo de protegê-la, de cuidar dela, como se ela fosse a coisa mais preciosa no mundo.
Sem mais palavras, ela se aproximou de seu rosto, e o beijou, de forma mais intensa agora, sem aquela dúvida, como se, finalmente, ambos fossem livres para se entregarem sem restrições. Ele acordou com o beijo, a mão dele se movendo para acariciar o rosto dela, puxando-a mais para si. Não havia mais espaço para sutilezas entre eles; agora, tudo era mais direto, mais real.
— Eu te amo — ele murmurou, e Hana apenas assentiu, sentindo seu peito apertar de tanto sentimento. Não havia mais necessidade de palavras. Os gestos já diziam tudo.
Depois de algum tempo, eles se levantaram da cama. Seo-jun foi até o banheiro, voltando logo em seguida com uma toalha nas mãos, e sem que ela precisasse pedir, ele a ajudou a se arrumar, delicadamente vestindo-a, como se cada movimento fosse um carinho. Hana, por sua vez, o observava, encantada com a forma como ele a tratava, sempre atento aos seus gestos, como se quisesse protegê-la de qualquer mal. Algo tão simples, mas tão cheio de significado.
— Vou preparar o café — disse ele, com um sorriso tranquilo, e Hana não resistiu ao seu jeito carinhoso. Ela se sentou à mesa, enquanto ele preparava a bebida, seus olhos sempre voltando para ela, como se se certificasse de que ela estava bem.
O clima da manhã estava mais leve, mas no fundo, Hana sabia que a paz deles não seria eterna, pelo menos não até que ela resolvesse o que havia acontecido com seu pai. A lembrança da noite passada ainda estava fresca, mas as perguntas não haviam desaparecido.
O café estava pronto. Ele trouxe para a mesa e se sentou ao lado dela, pegando sua mão com a dele.
— Como está se sentindo? — ele perguntou, seus olhos observando-a com cuidado, quase como se lesse cada sinal de seu corpo. Hana não conseguiu esconder o sorriso que surgia em seus lábios.
— Melhor... — respondeu ela, com sinceridade. — Mas ainda há algo que me incomoda.
Seo-jun franziu a testa, percebendo a mudança no tom da voz dela. Ele se inclinou para mais perto, tocando levemente o rosto dela.
Seo-jun olhou para Hana com uma expressão séria, já sabendo o que estava em seu coração. Ele sabia o peso da descoberta dela sobre a morte de seu pai, e também sabia que as respostas que ela buscava poderiam trazer à tona segredos sombrios que ela não estava preparada para enfrentar. Mas, ao mesmo tempo, ele sabia que ela precisava dessa verdade, assim como ele precisava ajudá-la a desvendar os mistérios por trás disso.
— Nós vamos descobrir a verdade. — Ele disse, com um tom firme, mas suave, como se quisesse dar a ela o conforto que ela precisava. — Vamos encontrar quem está por trás disso, e fazer justiça para o seu pai.
Hana respirou fundo, tentando afastar o medo que a consumia. Era impossível esquecer o choque da revelação, o vazio que se formou dentro dela. Mas, ao mesmo tempo, ela sentia uma determinação crescente. Não podia mais viver com essa dúvida. Precisava saber quem estava por trás da morte de seu pai e, mais importante, por que ele teve que pagar tão caro.
— Eu sei... — Ela murmurou, seu olhar fixo no dele. — Mas ainda há tanto que não entendo. Como eu vou saber quem realmente fez isso? Quem se beneficiou com a morte dele?
Seo-jun apertou sua mão com mais força, como se quisesse passar toda a sua confiança para ela.
— Eu vou te ajudar a investigar. Vamos usar todos os recursos que temos. Não vamos deixar isso passar em branco.
Foi quando o celular de Hana tocou, interrompendo o momento. Ela olhou para o visor, e o nome da empresa apareceu na tela. O coração dela apertou, mas, ao mesmo tempo, ela sabia que não tinha mais como escapar. Agora, ela era a dona da empresa, mesmo sem ter a mínima ideia de como lidar com tudo aquilo.
— Eu... — Hana hesitou, olhando para Seo-jun. — Eu não sei o que fazer. Eu sou professora, não tenho nenhuma experiência com negócios. Não sei nem por onde começar...
Seo-jun olhou para ela com calma, seus olhos transmitindo uma confiança inabalável.
— Você não precisa fazer isso sozinha. Eu vou te ajudar. — Ele pegou o celular dela e atendeu a ligação antes que ela pudesse reagir. — Bom dia. — A voz dele estava firme, mas suave. — Eu preciso que você cuide de tudo na empresa hoje. Hana não precisa se preocupar com nada. Cuide dos detalhes, do que for necessário. Eu estarei por aqui, ajudando ela no que for possível.
Hana observou, ainda sem entender muito bem, enquanto Seo-jun falava com a pessoa na linha, explicando as instruções e deixando tudo sob controle. Ele tinha uma presença tão tranquila, tão imponente, que parecia que nada poderia sair do lugar, mesmo quando as circunstâncias pareciam difíceis.
Quando ele desligou, ele olhou para Hana e sorriu, como se tivesse resolvido um grande problema sem esforço algum.
— Agora, você pode ficar tranquila. O assistente vai cuidar de tudo. Você não precisa se preocupar com a empresa por enquanto. — Ele se levantou e foi até ela, segurando sua mão. — O mais importante agora é que você descubra a verdade sobre o seu pai. E eu estarei ao seu lado, em cada passo desse caminho.
Hana ficou em silêncio por um momento, sentindo um peso aliviar de seus ombros. Ela não tinha certeza do que estava por vir, mas sabia que, com Seo-jun ao seu lado, ela não estaria sozinha. Eles iriam enfrentar tudo juntos.
Com a empresa sob controle e a promessa de buscar a verdade sobre a morte de seu pai, Hana sabia que, algo estava prestes a mudar em sua vida. E, com esse pensamento, ela se levantou, decidida a dar o próximo passo na busca por justiça e, finalmente, por respostas.
Seo-jun pegou o celular, digitando um número com firmeza. Assim que a ligação foi atendida, ele falou em um tom controlado e autoritário, mas sem pressa, como se cada palavra fosse medida.
— Eu preciso que investiguem um número de celular. Precisamos rastrear a origem o mais rápido possível — Ele ouvindo do outro lado da linha. Respondendo de imediato — Sim... Está relacionado à morte do pai de Hana... — Escutando a resposta do outro lado da linha, antes de continuar, sem hesitar. — Eu estarei em casa aguardando. Mandem os materiais para cá, e comecem a análise imediatamente. Não quero deixar nenhuma pista escapar.
Após desligar a chamada, Seo-jun colocou o celular na mesa e olhou para Hana. Ela estava observando-o com um leve desconforto, e, mesmo sem palavras, ele conseguiu captar a dúvida em seus olhos. Ela queria saber por que ele não estava sugerindo que saíssem naquele momento, que investigassem de imediato, como ela imaginava.
Ele sorriu suavemente, se aproximando dela com um olhar tranquilo e firme.
— Hana, vamos focar em cuidar de você primeiro. — Ele disse, suavemente, mas com uma firmeza que não aceitava discussões. — Você precisa estar totalmente recuperada antes de qualquer outra coisa. A investigação pode esperar. O mais importante agora é que você esteja bem.
Ela olhou para ele, um pouco surpresa pela resposta, mas ao mesmo tempo, sentindo que ele tinha razão. Seu corpo ainda estava frágil, e a sensação de estar segura com ele era reconfortante, mais do que qualquer outra coisa que ela pudesse fazer naquele momento.
Seo-jun, então, se aproximou ainda mais, com um sorriso travesso nos lábios, como se tivesse lido a mente dela, e, em um movimento ágil, pegou Hana no colo, fazendo-a saltar da cadeira, um leve susto escapando de seus lábios.
Ele a olhou com carinho, antes de deixar um beijo suave e terno nos lábios dela. O gesto foi simples, mas carregado de afeto, transmitindo um sentimento de proteção e carinho que ela nunca tinha sentido antes.
Com um sorriso no rosto, Seo-jun a levou de volta para o quarto, caminhando com ela nos braços, como se fosse algo natural. Ele a colocou cuidadosamente na cama, ajustando as cobertas ao redor dela.
— Agora, descanse, Hana. Vou cuidar de você. — Ele disse, com a voz suave, e se sentou ao seu lado, observando-a com um olhar protetor.
Ela não precisou de mais palavras. O calor do abraço, a presença dele, a maneira como ele cuidava dela, tudo parecia certo. Ela fechou os olhos, sentindo-se segura, mas com uma sensação de que o dia de hoje ainda guardava muitos desafios pela frente. No entanto, ela sabia que não precisaria enfrentar nada sozinha. Seo-jun estava ali, ao seu lado, e isso, por enquanto, era tudo o que ela precisava.
Enquanto Hana repousava, Seo-jun permaneceu ao lado dela, analisando mentalmente os próximos passos. Ele sabia que o número anônimo poderia ser uma peça crucial para desvendar o mistério da morte do pai de Hana, mas também compreendia que cada movimento deveria ser calculado. Sua prioridade era garantir que ela estivesse segura e emocionalmente estável para enfrentar o que quer que estivesse por vir.
Depois de algum tempo, Hana abriu os olhos lentamente, encontrando o olhar atento de Seo-jun.
— Está me vigiando? — ela perguntou com um sorriso suave, sua voz ainda carregada de sono.
— Sempre. — Ele respondeu com uma seriedade que fez o coração dela aquecer. — Quero me certificar de que você está bem.
Hana se sentou na cama, ajustando os cobertores ao redor de si. Ela olhou para ele, percebendo o peso da responsabilidade que ele estava carregando.
— Seo-jun, sobre o número... Você acha que realmente vamos encontrar algo? — ela perguntou, a insegurança transparecendo em seu tom.
Ele inclinou a cabeça, pensativo, antes de responder.
— É um começo. Toda pista tem valor, mesmo as menores. Não podemos ignorar nada, especialmente em uma situação como essa. — Ele segurou a mão dela, seus olhos fixos nos dela. — Mas você precisa confiar em mim. Vamos descobrir quem está por trás disso, juntos.
Ela assentiu, apertando levemente a mão dele, sentindo-se reconfortada por sua presença. Mas antes que pudesse responder, o som da campainha ecoou pela casa. Seo-jun se levantou rapidamente, pedindo que ela permanecesse onde estava.
Minutos depois, ele retornou ao quarto com uma pequena caixa em mãos, contendo o telefone e equipamentos para análise. Seus homens haviam sido rápidos, como sempre. Ele colocou a caixa sobre a mesa e começou a explicar.
— Iremos começar agora mesmo, Hana. O número pode ser criptografado, mas meus homens são especialistas nisso. Levará algumas horas, mas logo teremos uma resposta. — Ele se aproximou de Hana, seu tom suavizando. — Enquanto isso, eu quero que você relaxe. Prometo que cuidarei de tudo.
Hana suspirou, sabendo que discutir seria inútil. Mas antes que ele pudesse sair do quarto para começar o trabalho, ela o chamou.
— Seo-jun... obrigada. — Sua voz era sincera, carregada de gratidão. — Por tudo.
Ele parou na porta, virando-se para olhá-la, um sorriso suave surgindo em seus lábios.
— Sempre estarei aqui por você, Hana. — Ele disse, antes de sair, fechando a porta atrás de si com cuidado.
Enquanto o som dos passos dele ecoava pela casa, Hana ficou sentada na cama, absorvendo a força daquele momento. Apesar do medo e da incerteza, ela sentiu que, pela primeira vez em muito tempo, não estava mais sozinha.
Hana acordou depois de um cochilo breve, ainda sentindo a calma da presença de Seo-jun pela casa. Ela estava com sede, então decidiu sair para pegar um copo d’água. Sem pensar muito, saiu do quarto usando apenas uma camisola leve, já que tinha certeza de que estava sozinha com ele.
Ao virar o corredor, no entanto, ela congelou ao se deparar com a sala repleta de homens desconhecidos. Eram seis ao todo, sentados de forma descontraída enquanto analisavam equipamentos espalhados sobre a mesa e trocavam piadas. Quando a viram, todos pararam e se levantaram quase em sincronia, cumprimentando-a com um misto de respeito e descontração.
— Cunhadinha! — um deles disse com um sorriso largo, enquanto outro fez um gesto tradicional de reverência. — Prazer em finalmente conhecê-la!
Hana sentiu o rosto esquentar no mesmo instante. "Cunhadinha?" Ela pensou, completamente surpresa. Antes que pudesse reagir, Seo-jun apareceu vindo da cozinha com uma expressão de surpresa ao vê-la ali.
— Hana! — Ele disse em tom de alerta, imediatamente indo até ela e a pegando no colo antes que ela pudesse dar meia-volta.
— O que é isso?! Seo-jun, me coloca no chão! — Hana protestou, com o rosto quase tão vermelho quanto o tecido da toalha na mão de Seo-jun.
— Você deveria estar descansando — ele disse calmamente, ignorando o riso contido de seus homens. Enquanto caminhava de volta para o quarto com ela nos braços, ele murmurou para os outros. — Silêncio. Eu pedi silêncio para que ela não fosse incomodada.
Os homens apenas riram, cumprindo ordens sem resistir, mas claramente divertidos com a cena.
Chegando ao quarto, Seo-jun a colocou cuidadosamente no chão. Hana o encarou, ainda sem saber se estava mais envergonhada ou irritada.
— Você não me disse que eles estavam aqui! — ela disse, cruzando os braços.
— Achei que fosse óbvio quando disse que estava chamando minha equipe para ajudar — ele respondeu com um tom tranquilo, tentando conter um sorriso. — Eu também pedi silêncio para que você descansasse. Achei que eles entenderiam a parte de não fazer barulho e não se espalhar pela casa.
Hana suspirou, balançando a cabeça, mas não conseguiu esconder um sorriso tímido.
— Isso não me impede de ter ficado morta de vergonha, Seo-jun. Eu estava... — Ela apontou para si mesma, indicando a camisola.
Ele se aproximou e a abraçou levemente pelos ombros.
— Me desculpe por isso — ele disse, plantando um beijo suave em sua testa. — Agora se troca, e depois venha conhecê-los direito. Eles vão gostar de te conhecer.
Hana assentiu, ainda com as bochechas coradas, e esperou que ele saísse do quarto antes de vestir algo mais apropriado. Escolheu uma roupa confortável, mas que a fizesse sentir mais confiante. Quando se olhou no espelho, respirou fundo, reunindo coragem antes de sair.
Ao entrar na sala, os homens a olharam novamente, mas desta vez com mais respeito e menos brincadeiras. Seo-jun a apresentou de forma oficial.
— Pessoal, esta é Hana. — Ele fez uma pausa significativa, olhando para ela com orgulho. — Minha mulher.
Os cumprimentos vieram de formas variadas. Jae-ho, o amigo mais próximo de Seo-jun desde a faculdade, estendeu a mão com um sorriso caloroso.
— Finalmente nos conhecemos, Hana. Ouvi tanto sobre você durante os anos de faculdade que é como se já a conhecesse — ele disse, piscando para Seo-jun.
— Espero que tenha ouvido apenas coisas boas — Hana respondeu, sorrindo de volta.
Ao lado dele estava Kyung-min, o assistente direto de Seo-jun, que a cumprimentou com uma leve reverência, mantendo um ar mais sério.
— É um prazer, senhorita Hana. Estou aqui para ajudar no que for necessário — disse com formalidade.
Yoon-gi, o hacker da equipe, levantou a mão com um sorriso travesso.
— Eu sou o cara que vai descobrir tudo o que precisamos sobre aquele número. Não se preocupe, está em boas mãos.
Os dois últimos eram Tae-hyun e Woo-jin, ex-integrantes da equipe de Min-ho. Hana olhou para eles com curiosidade, e Seo-jun, percebendo seu olhar, explicou com calma:
— Tae-hyun e Woo-jin eram da equipe de Min-ho, mas estavam infiltrados para mim. Sempre souberam de tudo, e foram fundamentais para proteger você sem que percebesse.
Tae-hyun sorriu, quebrando a tensão:
— Sempre foi um prazer cuidar da senhorita, mesmo que de longe.
Woo-jin, mais sério, completou:
— Estamos aqui para ajudar no que for necessário.
Hana ficou surpresa, mas também grata. A ideia de que eles já estavam protegendo-a mesmo durante os piores momentos com Min-ho trouxe um conforto inesperado.
Seo-jun segurou a mão de Hana, trazendo-a para o sofá, assim poderia ficar ao seu lado.
— Vamos continuar pessoal.
Seo-jun olhou para Hana e sorriu.
— Deixe que cuidaremos de tudo, Hana.
Hana respirou fundo, ainda processando tudo o que tinha acabado de ouvir sobre a equipe de Seo-jun. Ela olhou para ele, que a segurava com firmeza ao seu lado no sofá, e sentiu uma mistura de segurança e apreensão. Havia algo reconfortante naquela cena, mas também uma consciência do quão profundo e perigoso tudo aquilo poderia se tornar.
Seo-jun retomou o comando, sua voz firme e autoritária preenchendo a sala.
— Yoon-gi, quero atualizações do rastreamento do número assim que você tiver algo. Não podemos perder tempo. Kyung-min e Jae-ho, precisam alinhar as informações que já temos.
Os dois assentiram de imediato, concentrados em suas tarefas. Yoon-gi, enquanto digitava no laptop, murmurou algo que fez Tae-hyun rir baixinho. Hana olhou curiosa, mas foi Kyung-min quem explicou, sorrindo de lado:
— Ele está reclamando do sistema de segurança do número. Parece que não vai ser tão fácil, mas Yoon-gi adora um desafio.
Hana não pôde deixar de sorrir. Apesar da seriedade do momento, havia uma leveza peculiar nas interações deles, quase como se estivessem acostumados a lidar com situações extremas sem perder o humor.
Tae-hyun e Woo-jin, que até então estavam em silêncio, aproximaram-se mais, aparentemente terminando de organizar alguns equipamentos. Woo-jin, sempre sério, olhou para Seo-jun.
— Há algo que você deveria saber. Tivemos acesso a uma movimentação incomum nos registros de Min-ho antes de sua morte. Pode ser uma pista sobre quem mais estava envolvido.
Seo-jun franziu o cenho, mas antes que pudesse responder, Tae-hyun interveio com um sorriso:
— Deixa com a gente. Vamos cavar até achar o que precisa, chefe.
Seo-jun assentiu, mas não deixou de olhar para Hana. Ele percebeu a tensão em seu rosto, então inclinou-se levemente para ela e sussurrou:
— Não se preocupe. Eles sabem o que estão fazendo.
Hana sorriu, um pouco mais tranquila. Ela ainda se sentia deslocada naquele ambiente, mas a presença de Seo-jun fazia toda a diferença. Observando a dinâmica da equipe, ela começou a perceber que aqueles homens não eram apenas aliados de Seo-jun; eram sua família escolhida, pessoas que compartilhavam uma lealdade inabalável.
Enquanto o grupo seguia com suas tarefas, Hana se levantou, decidida a contribuir de alguma forma. Ela foi até a cozinha preparar algo para todos, mas antes que pudesse voltar, ouviu vozes animadas e risos vindo da sala.
Quando retornou com uma bandeja de chá e alguns petiscos improvisados, todos pararam para olhar. Yoon-gi, com seu humor característico, foi o primeiro a falar:
— Olha só, a senhorita Hana está mimando a equipe! Seo-jun, acho que você vai perder seu trono por aqui.
Os outros riram, e até Woo-jin deixou escapar um sorriso. Hana corou levemente, mas não deixou de retrucar com bom humor:
— Talvez seja apenas um jeito de garantir que vocês trabalhem mais rápido.
Seo-jun observava tudo em silêncio, um pequeno sorriso no canto dos lábios. Ele sabia que aquele momento, por mais simples que parecesse, era importante. Hana não estava apenas se acostumando à sua equipe, mas também encontrando seu lugar ao lado dele.
Quando a conversa e os risos diminuíram, Seo-jun voltou ao tom sério.
— Tudo bem, pessoal. Continuem. Não temos tempo a perder.
E assim, a sala voltou à sua dinâmica focada, mas Hana sentiu que algo havia mudado. Ela não era mais apenas uma espectadora em sua própria vida. Agora, estava no centro de tudo, com Seo-jun e sua equipe ao seu lado.
Conforme o sol começou a se pôr, o clima na sala tornou-se mais sério. A luz suave do entardecer passava pelas janelas, projetando sombras alongadas enquanto os homens da equipe se concentravam em suas respectivas tarefas.
Seo-jun permaneceu ao lado de Hana, atento a cada movimento. Ele sabia que, embora Min-ho não representasse mais uma ameaça, as sombras do passado dele ainda podiam trazer perigos. Hana, por sua vez, se esforçava para não demonstrar o nervosismo crescente. Apesar de toda a proteção ao seu redor, o peso das incertezas começava a se acumular.
Finalmente, Yoon-gi levantou a cabeça, um sorriso satisfeito no rosto.
— Bingo. — Ele virou a tela do laptop em direção a Seo-jun. — Achei algo. O número não é tão anônimo quanto parecia. Está vinculado a uma conta em um nome falso, mas a localização da última atividade foi em um prédio comercial na área central. Mais interessante ainda, a atividade foi registrada um dia antes do acidente do pai da Hana.
Seo-jun franziu o cenho, inclinando-se para olhar os detalhes. Hana, curiosa, também se aproximou, mas manteve uma distância respeitosa. Ele olhou para ela, hesitando por um momento, antes de explicar.
— Esse número pode ser a chave para descobrir quem estava envolvido com Min-ho ou o que ele estava planejando. — Ele pausou e olhou para Yoon-gi. — Conseguimos acesso às mensagens ou ligações?
— Ainda não. Preciso do dispositivo em mãos para extrair tudo. — Yoon-gi suspirou. — Mas essa localização pode ser o ponto de partida.
— Vamos verificar amanhã — Seo-jun decidiu, com firmeza. — Não quero arriscar agora, com todos cansados.
Hana observava tudo atentamente, tentando compreender a gravidade da situação. Ela sentiu a mão de Seo-jun segurar a sua, um gesto que a trouxe de volta para o presente.
— Vamos parar por hoje — ele anunciou para os demais. — Amanhã cedo, reagrupamos e seguimos com isso.
Os homens assentiram, começando a guardar seus equipamentos. Jae-ho, sempre brincalhão, olhou para Hana com um sorriso.
— Não se preocupe, Hana. Estamos acostumados a lidar com situações assim. Você está em boas mãos.
Hana sorriu de volta, grata pela tentativa de aliviar a tensão, mas ainda sentia um peso no peito. Enquanto os outros se preparavam para sair, Tae-hyun se aproximou de Seo-jun.
— Podemos ficar de vigia, só por precaução. Sabemos que a área está calma, mas nunca se sabe.
Seo-jun assentiu, agradecendo a iniciativa.
Mais tarde, quando a casa estava tranquila e apenas eles dois permaneciam na sala, Hana se aconchegou no sofá ao lado de Seo-jun. A noite parecia mais pesada do que o normal, talvez pela informação recém-descoberta. Ela olhou para ele, buscando um pouco de segurança.
— Seo-jun, você acha que isso... — Ela hesitou, tentando encontrar as palavras certas. — Isso pode trazer mais problemas do que já tivemos?
Ele virou-se para ela, segurando seu rosto suavemente entre as mãos.
— Pode, Hana. Mas é por isso que estou aqui. Eu não vou deixar nada nem ninguém te machucar de novo. Não importa o que venha, enfrentaremos juntos.
Hana sentiu as lágrimas ameaçarem surgir, mas conteve-se. Em vez disso, ela assentiu e deixou-se envolver pelo abraço protetor dele. Por mais incerto que o futuro parecesse, havia algo naquele momento que fazia todo o resto desaparecer, mesmo que fosse apenas por um instante.
A noite parecia interminável. A casa estava mergulhada em um silêncio profundo, interrompido apenas pelo som do vento passando pelas janelas. Hana permaneceu no abraço de Seo-jun, sentindo o calor do corpo dele como uma âncora em meio ao caos interno que vivia. Por um momento, fechou os olhos, tentando ignorar o turbilhão de pensamentos que insistiam em atormentá-la.
— Seo-jun, por que isso ainda me assombra? — sussurrou ela, sua voz tremendo levemente. — Min-ho já não está mais aqui, mas é como se as sombras dele ainda me perseguissem.
Ele a puxou para mais perto, seus dedos acariciando os cabelos dela em um gesto reconfortante.
— Porque o que ele fez deixou marcas, Hana. — Sua voz era calma, mas firme. — Isso não desaparece da noite para o dia. E tudo bem sentir medo ou insegurança. Mas quero que saiba que você não está sozinha. Não mais.
Hana inclinou a cabeça para olhar para ele, buscando a verdade por trás de suas palavras. Havia algo nos olhos de Seo-jun — uma determinação inabalável, mas também uma vulnerabilidade que ela raramente via. Ele estava ali, inteiro por ela, disposto a carregar o peso que fosse necessário.
— Eu não sei o que fiz para merecer isso — murmurou Hana, quase para si mesma. — Você. A forma como cuida de mim. Depois de tudo...
— Não diga isso. — Ele interrompeu, segurando o rosto dela entre as mãos com uma delicadeza que contrastava com a intensidade de suas palavras. — Você merece mais do que qualquer um poderia te dar, Hana. E eu... — Ele fez uma pausa, como se estivesse buscando coragem para continuar. — Eu só estou tentando ser o homem que você precisa. Que você merece.
As lágrimas finalmente caíram, mas não eram de tristeza. Era como se uma barragem houvesse se rompido, liberando anos de dor, frustração e alívio em um só momento. Hana não disse nada; apenas se aninhou ainda mais no peito dele, sentindo-se segura de uma forma que nunca havia experimentado antes.
Depois de um longo tempo, Seo-jun se levantou, ainda segurando a mão de Hana.
— Vamos descansar. Amanhã será um dia longo, e você precisa estar forte.
Hana assentiu, deixando-se guiar até o quarto. Ele a ajudou a deitar-se na cama e, ao vê-la se acomodar, inclinou-se para lhe dar um beijo na testa. Mas, antes que ele pudesse se afastar, ela segurou sua mão.
— Fique comigo — pediu, sua voz quase inaudível.
Seo-jun hesitou por um momento, mas então sentou-se ao lado dela, deslizando para a cama. Hana virou-se de lado, encarando-o.
— Você sempre esteve comigo, mesmo quando eu não sabia — ela disse, sua voz cheia de emoção. — E, agora, eu quero estar com você, não importa o que aconteça.
Seo-jun não respondeu imediatamente. Em vez disso, ele passou os dedos pelo rosto dela, traçando cada contorno como se quisesse memorizar aquele momento para sempre.
— Hana... — começou ele, mas parou, incapaz de colocar em palavras tudo o que sentia.
Ela sorriu, tocando a mão dele suavemente.
— Não precisa dizer nada. Eu sei.
Por um tempo, eles permaneceram assim, em um silêncio confortável, até que Hana fechou os olhos, finalmente se permitindo relaxar. Seo-jun ficou ali, observando-a enquanto ela adormecia, sentindo uma paz que era rara em sua vida.
A madrugada chegou, mas Seo-jun não conseguiu dormir. Sua mente trabalhava incessantemente, revisando as informações que haviam descoberto. Ele se levantou devagar, para não acordar Hana, e foi até a sala onde Yoon-gi havia deixado o computador.
Ligando a tela, começou a revisar os dados novamente. A localização ligada ao número de telefone continuava piscando no mapa digital. Seo-jun sabia que aquele lugar guardava respostas, mas também podia ser uma armadilha. Precisavam ser cuidadosos.
De repente, um som leve o trouxe de volta ao presente. Ele olhou para trás e viu Hana, parada na porta, envolta em um robe. Seus olhos estavam sonolentos, mas cheios de preocupação.
— Você deveria estar dormindo — ele disse, levantando-se e indo até ela.
— E você? — Hana retrucou, cruzando os braços. — Não me diga que estava planejando ir lá sozinho.
Seo-jun sorriu levemente, mas não respondeu. Hana o conhecia o suficiente para saber a resposta.
— Seo-jun, prometemos que enfrentaríamos isso juntos. Não vou deixar você carregar tudo sozinho. — Sua voz era firme, mas havia um calor nela que o fez parar.
Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos.
— Eu sei, Hana. Mas é difícil. A última coisa que quero é te colocar em perigo de novo.
Ela se aproximou, segurando sua mão com delicadeza.
— O maior perigo seria me afastar de você. Então, seja o que for, enfrentaremos juntos.
Seo-jun a olhou por um momento, silencioso. O robe de Hana caía levemente sobre seus ombros, revelando o contorno delicado de sua pele. Havia algo em seu olhar — uma mistura de determinação e vulnerabilidade — que fazia seu coração bater mais forte. Ele sabia que ela estava exausta, emocionalmente drenada, mas ainda assim, ali estava, ao lado dele, lutando para permanecer forte.
— Você realmente não desiste, não é? — ele murmurou, com um sorriso de canto que tinha tanto admiração quanto frustração.
— Não quando se trata de nós — Hana respondeu, erguendo o queixo, tentando não se perder na intensidade dos olhos dele.
Seo-jun deu um passo em sua direção, e Hana sentiu seu coração disparar. O ar entre eles parecia mais denso, carregado de uma tensão que ela não conseguia nomear, mas que a fazia estremecer.
— Você sabe o que isso faz comigo, não sabe? — Ele perguntou, sua voz baixa e rouca, enquanto levantava uma mão para afastar uma mecha de cabelo do rosto dela.
— O quê? — Hana sussurrou, quase sem fôlego, enquanto os dedos dele deslizavam por sua pele.
— Quando você olha para mim assim... como se eu fosse tudo o que você precisa. — Ele aproximou o rosto do dela, sua respiração aquecendo a pele de Hana. — Isso me destrói, Hana. E ao mesmo tempo, me dá vida.
Ela engoliu em seco, incapaz de desviar o olhar. Os dedos dele deslizaram para a base de seu pescoço, onde ele deixou um toque leve, mas que parecia eletrificar cada célula de seu corpo.
— Seo-jun... — Ela tentou dizer algo, mas a voz falhou, afogada na proximidade dele.
— Shhh... — Ele a silenciou suavemente, inclinando-se até que seus lábios pairassem sobre os dela, sem tocá-los. — Você confia em mim?
— Mais do que tudo. — A resposta escapou antes que ela pudesse pensar, e naquele instante, ela sabia que era verdade.
Ele não esperou mais. Seus lábios finalmente encontraram os dela, em um beijo que começou suave, mas logo se aprofundou, ganhando uma intensidade que fazia tudo ao redor desaparecer. Hana sentiu as mãos dele a envolverem, uma delas segurando sua cintura enquanto a outra a puxava para mais perto, como se ele quisesse garantir que ela não escaparia.
Hana respondeu com a mesma paixão, suas mãos subindo para os ombros dele, sentindo a firmeza de seus músculos sob os dedos. Não havia mais espaço para medo ou arrependimento; havia apenas eles, perdidos um no outro.
Seo-jun a ergueu nos braços com facilidade, sem nunca quebrar o beijo. Hana soltou um pequeno suspiro de surpresa, mas se agarrou a ele, deixando-se levar. Ele a carregou de volta para o quarto, seus passos firmes ecoando pelo corredor. Quando chegaram, ele a colocou suavemente na cama, como se ela fosse algo precioso, e se inclinou sobre ela, seus olhos queimando com uma intensidade que a fez tremer.
— Você é tudo para mim, Hana — ele disse, sua voz grave. — E eu farei o que for preciso para proteger isso. Para proteger você.
Hana o puxou para mais perto, seus lábios se encontrando novamente em um beijo que era ao mesmo tempo doce e feroz. Ela não sabia o que o futuro reservava, mas naquele momento, nada mais importava. Era apenas ela e Seo-jun, juntos contra o mundo.
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