A Verdade Sendo Revelada
Min-ho saiu com um passo pesado, deixando atrás de si um silêncio pesado no quarto. A tensão ainda pairava no ar, e Hana ficou ali, com os olhos fixos na porta fechada, o coração ainda acelerado. Mas sua mente estava em turbilhão, tentando processar tudo o que havia acontecido.
"Essa dívida já foi resolvida", Seo-jun dissera. Mas o que isso significava? Como ele tinha resolvido isso? Quem estava realmente por trás dessa "dívida" que Min-ho mencionara?
Ela olhou para Seo-jun, que agora estava em pé, observando-a com uma expressão tão calma que parecia quase imutável. Seus olhos eram como dois espelhos, refletindo nada mais que tranquilidade, mas algo ali não parecia certo. A ideia de que ele soubera mais do que ela imaginava sobre a situação a deixava desconfortável. Era como se ele estivesse em um jogo no qual ela ainda não conhecia todas as regras.
— Seo-jun… — ela começou, a voz trêmula, mas cheia de uma determinação que ela não sabia que possuía. — O que você quis dizer com essa dívida? Como você a "resolveu"?
Seo-jun demorou um momento para responder, e, durante aquele silêncio, Hana sentiu o peso da dúvida crescer dentro de si. Ela queria saber, mas temia o que ouviria. Algo no modo como ele havia falado a Min-ho, a certeza nas palavras dele, parecia esconder algo ainda mais profundo.
Ele deu um passo em sua direção, mas, antes que pudesse falar, Hana o interrompeu, seus olhos fixos nele, buscando respostas.
— Eu… — ela respirou fundo, tentando organizar os pensamentos. — Eu não entendo, Seo-jun. Como você sabe dessa dívida? E por que Min-ho falou sobre isso como se fosse algo que ainda pudesse ser usado contra mim? Eu pensei que… você estava apenas...
A voz de Hana vacilou no final, como se a confiança que ela começava a construir em Seo-jun estivesse ruindo diante da possibilidade de mais segredos. Ela não sabia mais o que acreditar.
Seo-jun olhou para ela com intensidade, mas havia uma sombra nos olhos dele, algo que ele estava tentando esconder. Ele se aproximou, mas de forma mais cautelosa, como se estivesse pesando suas palavras.
— Hana… — começou ele, sua voz baixa, quase como se fosse uma confissão. — A situação com sua família é mais complicada do que você imagina. Eu… eu não queria que você soubesse de tudo, nāo agora, mas não posso mais ficar em silêncio.
Hana o observou em silêncio, seu coração batendo forte. O que ele estava dizendo? Ela sentiu como se estivesse começando a ver uma parte de Seo-jun que ele havia escondido por tanto tempo. Seu estômago se revirou, e ela sabia que, a partir daquele momento, não haveria mais volta. Ela precisava saber a verdade.
— O que você está escondendo, Seo-jun? — a pergunta escapou de seus lábios com mais urgência do que ela pretendia. — Quem é você realmente?
Seo-jun pareceu surpreso pela pergunta, mas não se afastou. Em vez disso, ele se manteve ali, a sua presença firme diante dela. Ele respirou profundamente, como se estivesse se preparando para revelar algo que poderia mudar tudo entre eles.
— Não é tão simples, Hana. O que Min-ho disse sobre a dívida… não era mentira. Mas você precisa entender que não foi você quem deveu nada. Foi seu pai. Ele fez acordos, arranjos que você nunca soube. E eu… eu fui envolvido nisso de uma maneira que você não consegue imaginar.
Hana o encarou com os olhos arregalados. Seu pai? Tudo o que ela pensava saber sobre ele estava começando a se desintegrar. Ela sempre soubera que ele tinha suas falhas, mas nunca imaginara que ele fosse capaz de algo tão sombrio.
— Você estava envolvido? Como? — ela murmurou, sentindo uma onda de raiva e confusão misturadas. Sua cabeça girava, tentando processar o que ele estava dizendo.
Seo-jun deu um passo mais próximo dela, agora apenas a uma curta distância. Sua expressão era séria, quase dolorida. Ele não estava evitando a pergunta, mas seus olhos estavam cheios de uma tristeza que ela nunca esperaria ver nele.
— Seu pai… ele estava em dívidas, em negócios que ele não conseguia controlar, Hana. Por algum motivo, ele confiou em Min-ho para tentar cobri-las. Mas Min-ho tem uma maneira de fazer as pessoas pagarem por tudo o que devem, e foi aí que eu entrei.
Hana deu um passo atrás, o choque visível em seu rosto.
— Então… você estava… ajudando Min-ho? Trabalhando com ele? Como você pode ter feito isso? — A dor em sua voz era inconfundível. Ela não sabia se sentia mais raiva de Seo-jun ou de si mesma por não ter visto isso antes.
Seo-jun a observou em silêncio por um momento, como se pesasse suas palavras, mas, finalmente, falou, sua voz agora mais sombria, mais distante.
— Não foi assim, Hana. Eu não estava do lado de Min-ho. Eu estava tentando ajudar seu pai. Eu tentei ajudar e garantir que você não tivesse que viver onde ele estava se metendo... Mas eu não podia contar isso a você na época. O que eu fiz foi tentar protegê-la, e não apenas você, mas a sua mãe e irmã também. Porque... a verdade é que seu pai estava em algo muito mais profundo do que você poderia imaginar.
A dor de Hana aumentava a cada palavra que ele dizia, o peso de uma verdade cruel se acumulando sobre ela. Quem era aquele homem, realmente? Ela pensava que o conhecia, mas agora via diante de si uma figura com tantos segredos quanto Min-ho. Alguém que não só estava envolvido com ela de uma maneira inesperada, mas que também tinha um passado ainda mais sombrio do que ela imaginava.
— Então você… me mentiu. Desde o começo. — Sua voz saiu mais baixa, como uma confissão própria, como se a mentira tivesse sido mais dela do que dele. — E agora você me diz que tudo isso… foi para me proteger? De quê? De quem você realmente é?
Seo-jun ficou em silêncio por um momento, e, naquele instante, Hana sentiu como se o chão estivesse desmoronando sob seus pés. Ele a olhava com uma intensidade que a deixava sem palavras, como se ele estivesse tentando alcançar algo em sua alma. Mas o que ela via nele agora era a sombra de um homem que ela mal reconhecia.
Ele deu um passo à frente, mais uma vez, mas desta vez Hana se afastou dele, sentindo o medo e a dúvida crescerem como uma nuvem escura entre eles.
— Você não entende, Hana. Eu nunca quis que você se sentisse assim. Mas tudo o que fiz, todas as minhas escolhas, foram para proteger você. Para que você não sofresse como seu pai e sua mãe sofreram. Eu… não sei como mais posso provar que estou do seu lado.
Hana olhou para ele, sentindo uma mistura de confusão e dor. A pessoa com quem ela estava começando a confiar tinha camadas de mentiras e mistérios que ela não conseguia desmascarar.
Cada palavra dele parecia mais um quebra-cabeça, e a peça central, a verdade, estava mais distante do que nunca.
— Eu não sei, quem você é, Seo-jun. Não sei se posso confiar em você.
Com essas palavras, Hana virou-se, afastando-se dele. Seu coração estava apertado, seus pensamentos uma tempestade. Ela tinha que entender o que estava acontecendo, mas a verdade estava se tornando um labirinto, e ela não sabia mais como sair dele.
Seo-jun ficou parado, observando-a partir de um lugar distante, sem conseguir alcançar a distância emocional que agora separava os dois.
Ele sabia que tinha perdido algo importante, mas o que estava em jogo era muito maior do que ele jamais imaginara.
Seo-jun deu um longo suspiro, como se estivesse se preparando para finalmente contar a verdade. Hana, ainda em pé diante dele, sentia o peso de suas palavras, mas, ao mesmo tempo, uma urgência para saber o que realmente estava acontecendo. O que ele estava escondendo? O que ele realmente era?
Ele deu um passo em direção a ela, os olhos fixos nos dela, agora sem nenhum sinal de hesitação.
— O que eu estou tentando te dizer, Hana...
Hana olhou para ele, confusa, mas algo na sua voz a fez perceber que aquilo era mais sério do que ela queria acreditar. Ela o observou atentamente enquanto ele continuava, sua expressão tão sombria quanto o ambiente ao seu redor.
— Seu pai... — Seo-jun começou, a voz baixa, quase como um sussurro. — Ele estava envolvido com uma rede de tráfico de informações, e não apenas de dinheiro. Não era só uma dívida que ele havia contraído. Ele estava vendendo dados, informações confidenciais para pessoas poderosas, envolvidas com crimes muito mais pesados do que você poderia imaginar. Tudo isso foi arrastando ele para um caminho sem volta, e foi quando Min-ho entrou na história. Ele tem um controle imenso sobre muitas dessas transações, usando chantagem e violência para manipular aqueles que, como seu pai, ficam endividados.
Hana sentiu um calafrio subir pela espinha, e sua mente começou a processar tudo o que ele dizia. Era difícil acreditar, mas, ao mesmo tempo, algo dentro dela sabia que ele não estava mentindo. Era a explicação que ela não queria ouvir, mas que fazia sentido.
Seo-jun parou por um momento, olhando para ela com um olhar sério. O ar estava carregado de tensão.
— Eu fui envolvido com isso porque seu pai me pediu ajuda, Hana. — Ele deu um passo à frente, sua voz mais firme agora, como se quisesse que ela entendesse a gravidade do que estava dizendo. — Eu sou parte de um grupo que lida com segurança, mas não só com segurança convencional.
Eu trabalho com um setor muito mais complexo: investigações privadas, coleta de dados, proteção contra ameaças que não podem ser resolvidas pela polícia ou pelos métodos tradicionais. E não, eu não sou apenas o proprietário de uma empresa de segurança como você pensava.
Hana o olhou com os olhos arregalados, como se estivesse tentando absorver cada palavra. Sua visão de Seo-jun estava começando a se desfazer, as camadas da sua identidade caindo por terra. O homem que ela começava a confiar, que parecia tão íntegro, estava envolvido em um mundo muito mais complexo e perigoso do que ela imaginava.
— Você... você trabalha com isso? — sua voz saiu baixa, quase como um sussurro, enquanto as palavras dela ficavam presas na garganta. — E Min-ho, ele… ele estava envolvido com tudo isso também?
Seo-jun balançou a cabeça lentamente.
— Min-ho não estava apenas envolvido. Ele é uma das principais figuras por trás disso. Ele gerencia uma parte da operação, usando a chantagem e a violência para manter as pessoas em dívida com ele. Mas o que ele está fazendo com seu pai... não é algo que ele conseguiria resolver por conta própria. Eu entrei nesse jogo porque, quando seu pai me procurou, ele estava prestes a ser destruído por tudo isso. Eu não podia deixar você passar por isso, Hana. Não podia deixar seu pai e sua mãe se afundarem mais ainda nesse abismo. E foi por isso que, durante todo esse tempo, eu tentei manter você e sua mãe fora do radar desse mundo.
Hana ficou em silêncio, processando a informação. Ela o olhou, tentando entender a magnitude do que ele estava dizendo. O homem que ela acreditava ser apenas um simples empresário de segurança era, na verdade, alguém que estava profundamente envolvido em atividades clandestinas, lidando com forças muito mais poderosas e perigosas. Ela sentiu como se o chão estivesse se desfazendo debaixo de seus pés.
— Então você está dizendo que tudo o que você fez, tudo o que você me disse, foi uma mentira? — ela perguntou, a voz tremendo de dor e raiva. — Que você não é o homem que eu pensava? Que tudo isso... era só para me proteger de algo que nem eu mesma sabia que existia?
Seo-jun fechou os olhos por um momento, como se estivesse se preparando para essa pergunta. Ele sabia que, ao dizer a verdade, ele não teria mais como voltar atrás. Mas não podia mais continuar escondendo as coisas dela. Ela precisava saber, mesmo que isso significasse perder a confiança dela.
— Não é uma mentira, Hana. Eu nunca menti sobre os meus sentimentos por você. Eu sempre quis te proteger. Mas o que eu faço, o mundo em que estou, não é algo simples. E eu sabia que, se você soubesse a verdade, você nunca mais olharia para mim da mesma forma. Eu tinha que tomar decisões difíceis, decisões que você nunca entenderia, e talvez nunca consiga entender.
Ele fez uma pausa, seu olhar agora mais suave, mais vulnerável.
— Mas eu fiz tudo isso por você, Hana. Eu entrei nesse mundo para tentar salvar você de algo que seu pai já estava envolvido e que você nunca iria querer saber. Eu não queria que você fosse mais uma vítima disso. Eu te amo, e isso é a única coisa que eu sei com certeza.
Hana sentiu uma mistura de sentimentos conflitantes. Ela queria acreditar nele, mas as mentiras, os segredos, o mundo que ele estava envolvido, tudo isso era demais para processar de uma vez. Ela estava perdida, sem saber em quem confiar mais.
— Eu não sei o que fazer com tudo isso, Seo-jun. Eu… não sei mais quem você é.
Seo-jun olhou para ela, seu rosto marcado por uma expressão de pesar, mas ele sabia que, de algum modo, ela entenderia com o tempo.
Ele não queria forçar a verdade sobre ela, mas a situação tinha se tornado insustentável.
— Eu entendo, Hana. Eu só quero que você saiba que, apesar de tudo, você é a razão pela qual eu continuei nesse caminho. Você sempre foi minha prioridade, desde o início. E, mesmo que você não consiga me perdoar agora, espero que um dia você entenda.
Hana ficou ali, em silêncio, sua mente girando, tentando juntar as peças dessa história complexa e turbulenta. Ela não sabia o que o futuro reservava para ela e Seo-jun, mas a única coisa que ela sabia era que a verdade, por mais dolorosa que fosse, agora estava clara entre eles.
E nada seria mais simples depois disso.
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